quarta-feira, 28 de novembro de 2018

A janela da curiosidade




"Eu sabia que havia ali qualquer coisa que me lembrava a antiga casa... Sim, este cheiro que vem desta janela entreaberta é conhecido.

Ah, a minha tutora olha-me ao longe...  e diz-me: - Não vás aí!

Ela colocou uns troncos de madeira a fechar a janela.

Não consigo passar... ou consigo...

Ando para longe da janela com receio que a minha tutora me ralhe, mas não esqueço...

Meu coração me puxa a ver para onde dá aquela janela...

Enquanto minha tutora fala com a vizinha da casa da frente, entro pela janela adentro... E o cheiro aumenta... Este cheiro da casa antiga...

E lá dentro desço ao chão e de repente...
- Miau, miau, miau....

Tudo escuro e não aparece ninguém...
- Miau, miau, miau... 

Ah que medo, ouço a voz da minha tutora a me chamar, mas não vejo como sair daqui, deste lugar que tinha o cheiro da casa antiga, mas afinal era só uma caixa que aqui estava... 

Mais nada há aqui, nem está aqui o Jordan ou a Bia... E só há escuridão, frio, solidão...

Onde vou? Ah, que medo...

Escondo-me depressa num buraco que vejo ali...
E fico escondida... 

Abre-se a porta, ouço a minha tutora e a voz de uma vizinha a chamar-me...

-Não, nem pensar que aviso onde estou... E se a vizinha me agarrar? E se me tirarem da minha tutora... Não, daqui deste buraco não saio...

E fechou-se a porta! Cheia de frio esperei!!!! E Esperei!!!!

De repente, abre-se novamente a porta! Ao fundo, na claridade sinto que é a minha tutora!!!!

Ela chama-me mas tenho medo...

A minha tutora fecha a porta e fica lá dentro, chamando-me com aflição...

E só então, mio baixinho...

Foi assim que uma mão, a mão da minha tutora tenta me alcançar ...

Ah, mas daqui, não saio... Tenho medo!

A minha tutora tira tudo o que estava encima do buraco onde estou e vê-me ali tão encolhida...

E agarra-me...Eu mio baixinho, deixando-me acarinhar pela minha tutora...

Mas ela abre a porta... Será que vai me abandonar? Fico aflita, com medo...

Ela agarra-me com força enquanto fecha a porta da garagem...

E estou inquieta, deixa-me ir para casa... E vou...

A minha tutora deixa-me ir para dentro do portão da minha casa...E vou a correr...

Abre-se a porta e entro...

Ah, estou aliviada. Fui salva e resgatada pela minha tutora...

Mas que espaço é aquele?

Ah, ainda bem que aqui estou na minha casa, a nova casa, mas é esta a casa da minha tutora e basta-me!"
(Diana Ricas - Outubro/2018)

Neste artigo, Diana Riscas descreve o dia em que entrou na garagem da casa nova, ainda em obras, escondendo-se nas peças do  barbecue que ali estavam guardadas.

Os gatos são muito curiosos, e por isso, interessam-se por conhecer lugares e cantos da casa que ainda não conhecem. 

Assim sendo, de uma hora para a outra, metem-se em buracos, ou mesmo podem ir para a rua, sem necessariamente quererem sair da sua casa. 

Neste caso, a Diana Riscas queria apenas saber onde aquela janela do quintal iria dar, ainda mais que lá dentro haviam algumas caixas que tinham o cheiro da casa antiga. 

A Diana Riscas tem muito medo da rua, mas tem imensa curiosidade, e por causa da sua agilidade, facilmente desce e sobe grandes alturas. 

Por isso, tenho de estar atenta a ela, e neste caso, bastou eu falar um pouco com a minha vizinha da frente, para ela se meter dentro da garagem que ainda estava em obras. 

Deu-me uma grande aflição, e só tentando me lembrar para onde ela teria ido é que teimei em estar dentro da garagem por algum tempo, pois sei que a Diana Riscas não gosta de estranhos. 

Enfim, foi um grande susto, mas também percebo que para um gato, a curiosidade igualmente é algo que faz parte da sua personalidade felina. Por isso, temos de estar atentos, percebendo a personalidade de cada um dos nossos gatos e ao mesmo tempo, amá-los e compreendê-los, para assim ajudá-los da melhor forma.

Até o próximo artigo com beijinhos da Diana Riscas!

Texto de autoria de Rosária Grácio


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Por ares nunca dantes cheirados...


Após cerca de um mês, os meus gatos foram percebendo que havia um quintal junto à sua nova casa, e que para além da porta havia um mundo completamente novo, pronto a ser descoberto.

Para além das quatro paredes da casa, e esta já maior que a outra onde moravam, havia ainda um espaço onde o céu tocava a terra, um quintal, e por isso, ainda mais havia por se descobrir na casa nova dos seus tutores.

Apesar dos meus gatos terem vivido por mais de cinco anos num pequeno apartamento, percebi que um gato sempre irá gostar de ter espaço à sua volta onde possa respirar a sua liberdade.

Sim, uso o termo "respirar a sua liberdade", porque quando abro a porta, cada um dos meus gatos põe-se a cheirar o ar que está lá fora.



Porém, esta liberdade tem de ser com segurança para manter a sua saúde e o seu bem-estar. Por isso, tenho tentado ao máximo, fazer da minha nova casa, um refúgio seguro para eles, sem que tenham acesso à rua. 

Já tiveram a visita de uma veterinária que lhes ajudou no controle das pulgas e carrapatos, pois a tal coceirinha junto ao rabinho incomodava-os e era mesmo das pulguitas que apanharam no quintal.

Por isso, diante destes novos ares, há que estar atenta ao que de novo também se deve fazer, para que os nossos gatos possam estar em segurança.


O quintal não é grande, mas penso que a liberdade de um gato não está diretamente ligada com o tamanho do espaço.
  

Pelo que tenho visto dos meus gatos, a liberdade de um gato está mais associada às novidades que ele possa encontrar do que propriamente ao espaço físico que possa ter.

Um gato precisa se dedicar às suas "caçadas", e o ar livre proporciona-lhe várias oportunidades onde possam perseguir coisas em movimento, nem que sejam simples folhas secas a cair de uma árvore.

Isto dos gatos gostarem de "caçadas" para manter a sua saúde física foi um dos assuntos que li no primeiro livro digital da coleção "O meu gatinho", disponível no blog "Universo de Gatos", que pode ser baixado gratuitamente e que aconselho a lerem. Neste blog também existem vários artigos que me tem ajudado nesta mudança de casa para que possa lidar com mais consciência acerca dos cuidados que agora devo ter.
  
Mesmo a questão da obesidade, que estava a ser um dos problemas mais complicados dos meus gatos, também aos poucos está a ser resolvido pelo simples facto dos meus gatos terem outras coisas em que pensar do que apenas ir comer e dormir, quando nada mais tinham que fazer. 

Tenho aprendido que a saúde dos gatos está muito ligada à sua rotina do dia a dia, pois mesmo nós humanos, não temos uma vida saudável se formos sedentários.

Porém, a curiosidade de um gato pode coloca-lo em perigo e por isso, vigia-los poderá prevenir alguns sustos como o que a Diana Riscas me fez na semana passada, mas isso deixo para ela mesmo contar no próximo artigo.

Deixo-vos com os pensamentos dos meus gatos para o dia de hoje:

"Sei que isto de andar no quintal à chuva não é para um gato, mas prefiro salpicar as minhas patas no quintal do que estar em casa..." (Diário da Diana Riscas - 05/11/2018)



"Ah, isto de chuva já não é para um gato mais velho como eu. Sim, vou dar a minha voltinha, mas depois de ver todos os cantinhos do quintal para ver se está tudo em ordem, volto para casa. Tenho sentido muito frio, e por isso, prefiro ficar na cama dos meus tutores, bem quentinho, que ali estou melhor." (Diário do Jordan - 05/11/2018)

"Vejo da janela a Diana Riscas a andar no quintal, mas hesito. Está muito frio e nem sei se devo ir ... A minha tutora chama-me, pois diz-me que preciso fazer exercício... e assim vou ... e depois de lá estar no quintal já não me apetece sair... e então vem uma vizinha falar com a minha tutora... ups... esgueiro-me em direção à porta de entrada da minha casa pois sei que lá estou segura de pessoas que ainda não conheço." (Diário da Bia - 06/11/2018)


Texto de Rosária Grácio
Autora do livro "Bia por um Triz"
(Continua no próximo artigo)




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(Rosária Gácio)