sábado, 17 de junho de 2017

Os primeiros dias da minha Pantufa na sua nova casa...


(Continuação do artigo anterior)

Mal cheguei a casa, mostrei à Pantufa onde estava a comida, a água e o caixote com areia; conforme me tinha sido ensinado pelo meu namorado Paulo, que já tinha mais experiência na adoção de gatos do que eu.

Pensava que a pequenina Pantufa iria cheirar a casa nova como via fazer os cães que foram adotados pelos meus pais.

No entanto, os gatos ficam estressados com os novos ambientes e os seus cheiros desconhecidos. Eles precisam de algum tempo para se ambientarem em novos locais e por isso eles não gostam muito de mudanças. É normal que os gatos se escondam nos seus primeiros dias numa nova casa.

Porém, a minha Pantufa foi a primeira gata que adotei. Ainda sabia tão pouco da personalidade dos gatos.


 E então a Pantufa, mal se viu livre das minhas mãos, correu para algum canto da casa que não pude ver. Mas deixei-a à vontade. Estava feliz, mas também muito ansiosa com o que eu e a Pantufa iríamos partilhar em casa.

Lembro-me que tive de voltar ao trabalho, e quando cheguei à noite, reparei que ela já tinha se alimentado da comida que lá tinha deixado, mas nada de a ver.

Um ou dois dias passaram e não tinha a mínima ideia aonde a minha pequenina Pantufa se tinha escondido. Fiquei muito preocupada por não a ver. Apesar do meu namorado Paulo dizer-me que era normal eles se esconderem de nós nos primeiros dias, não ficava tranquila ao chegar a casa e não a ver.

Apesar de ver que ela se alimentava pois a ração que deixava antes de sair de casa diminuía, o meu coração ficava ansioso por não a ver. Queria dar-lhe um pouco de leite próprio para gatos conforme me tinham dito para fazer.

Quando o Paulo veio jantar ao fim de semana, estava realmente muito nervosa por não a ver. 

Será que está doente? Será que ela tem tanto medo de aparecer que vai ficar perdida a um canto da casa e morrer à fome?

Então dedicamo-nos a tentar descobrir onde ela estava.

Fomos aos armários, às gavetas, aos cantos aqui e ali para ver se a descobríamos. Nada!

E então eis que a descobrimos aonde nunca desconfiávamos...

Na minha sala havia uma enorme estante, onde estava a televisão e o computador, com duas cristaleiras laterais.

Ali, atrás daquele monstro de madeira, encolhida num canto frio, lá vi seus olhos amarelos a luzir. Arrastamos o móvel pesado, e lá a agarrei, colocando-a no meu colo. O seu coração batia depressa. Dei-lhe algum leite de gato a beber, fiz-lhe festas e aqueci-a com alguns paninhos que estavam perto.


Não compreendia muito bem porque ela fugia de nós.  Mas o gato precisa saber que é amado e querido para que possa demonstrar todo o seu afeto.

E para que ela não voltasse a esconder naquele canto, tapamos os buracos por onde ela pudesse passar.

Não podia estar tranquila se não a visse.

Todos os dias chegava a casa e a primeira coisa que pensava era ver onde ela estava.

Claro que ela deixou de ir para trás da estante, mas encontrou outros lugares mais acessíveis e facilmente era descoberta e assim chamava-a.

Aos poucos ela se foi mostrando e aproximou-se cada vez mais.

Porém notei, que quando o meu namorado Paulo vinha a casa, ela escondia-se.


(continua no próximo artigo)