terça-feira, 31 de julho de 2018

E tudo, a carrinha de mudanças levou!!!!


(Continuação do artigo anterior - 

Tirem-me tudo, mas não me tirem a caixa!)


Quando já estava prevista a nossa mudança para a nova casa, tivemos de agendar com uma carrinha de mudanças, o transporte de todo o mobiliário e eletrodomésticos, bem como das caixas que já se acumulavam pelos cantos, que iriam para a nova casa.

Para este dia, precisei refletir como poderia fazer isso, mantendo a segurança dos meus gatos.

Com as caixas e os móveis a sair da porta para fora, seria complicado ver e assegurar-me que os meus gatos estavam em segurança.

Também aprofundei este assunto com pessoas que já fizeram a mudança de casa com os seus gatos.

No meu caso, os gatos ainda teriam de esperar alguns dias, antes de irem para a nova casa. As obras na nova casa ainda não tinham terminado, e por isso, ainda teríamos de ficar ali, na antiga casa, pelo menos até o fim do mês de junho.

No dia em que a carrinha de mudanças chegou, coloquei o Jordan e a Diana Riscas na casa de Banho, fechados, com a sua areia, comida e água, para além de uma manta para dormirem, se quisessem.


A Bia teve de ficar dentro da sua caixa transportadora no quarto, por causa dos problemas de conflito com a Diana Riscas e Jordan, que podiam acontecer, se estivessem juntos na casa de banho, num espaço tão pequeno. Coloquei uma manta encima da caixa para que a Bia não se assustasse com tantas vozes, passos e movimentos de pessoas estranhas.

E assim deixei a porta aberta para que saíssem todos os móveis e caixas, retirando por último, tudo o que seria levado do quarto onde a Bia estava.


Assim, para a Bia, as coisas se processaram de uma forma muito mais rápida, sem tanto stress. Quanto à Diana Riscas e o Jordan, estes ficaram em segurança, pelo que para além dos barulhos e das vozes estranhas, não presenciaram a retirada dos móveis e das caixas.

Tudo decorreu em pouco mais de três horas.

Logo que tudo já tinha ido para a carrinha de mudanças, soltei a Bia no seu quarto e igualmente abri a porta da casa de banho onde estavam o Jordan e a Diana Riscas.

Para a Bia, tudo o que importava era a sua mantinha que deixei no chão para ela se deitar, bem como a sua comida, água fresca e areia.

O Jordan quando viu tanto espaço vazio começou a cheirar tudo e a andar de um lado para o outro. A Diana Riscas procurou logo a sua caixa de papelão e a sua caixa transportadora.

Também ali, onde estavam o Jordan e a Diana Riscas, espalhei algumas mantas e cobertores pelo chão vazio para que os meus gatos não tivessem tanto stress com a casa vazia.


Fiz questão de deixar sempre ligado um difusor daqueles que relaxam os gatos, indicados para estes momentos de stress.

Infelizmente tive de os deixar sozinhos porque era preciso levar as coisas para a nova casa.

Ao fim da tarde, voltamos para a casa antiga e os encontrei calmos.

Houve coisas que deixei para levar por último. Penso que é importante deixar as coisas que os nossos gatos mais gostam para serem levadas conjuntamente com eles. Por isso deixei a caixa de papelão da Diana Riscas, o arranhador, as caixas transportadoras, e também os nossos cobertores e edredons da cama onde eu e meu marido dormíamos.


Nos dias seguintes, outras coisas sairiam da casa, especialmente as que se destinavam a serem doadas a associações, que lá foram nos dias posteriores.

Entretanto, cada vez mais senti uma alteração no comportamento dos meus gatos.

O Jordan e a Diana Riscas começaram a ficar mais quietos, dentro das suas caixas transportadoras, ou então iam se recolher dentro da caixa de papelão.

Quanto à Bia, surpreendeu-me a forma como ela logo se acostumou com aquele ambiente vazio de móveis, querendo entrar em contacto com o Jordan e a Diana Riscas, sem tantos receios.

Não senti da parte da Bia a necessidade de se recolher na sua caixa transportadora, antes, pelo contrário, o que ela mais desejava era ir cheirar todos os recantos vazios, como se o espaço estivesse liberto das memórias que a stressavam anteriormente.

Ao mesmo tempo, a Bia já tinha tomado a sua medicação quanto ao problema urinário que tinha, pelo que, julgo que já não se sentia tão incomodada, pelo que aceitava melhor a companhia do Jordan e da Diana Riscas.


Penso que foi muito importante ter deixado as mantas com o cheiro meu e deles pela casa, como forma de atenuar os espaços vazios que iam cada vez mais aumentando na casa.

Para alguns gatos, as coisas que existem na casa têm um significado especial. É comum ouvir-se dizer que os gatos gostam da casa e não do dono. Eu não concordo com esta afirmação, pois cada vez mais concluo, pelo que vivo com os meus gatos, que o que realmente interessa a eles, é estar junto de quem mais  amam, e por isso, eles valorizam as coisas onde estão e sentem, o cheiro dos seus tutores e dos seus companheiros.



No livro “Bia por um triz”, há uma parte em que refiro esta peculiaridade dos gatos se afeiçoarem às coisas da casa por causa dos donos:

“Porém, eu gostava muito da companhia dos meus donos. Queria muito estar perto deles. Um dia quis demonstrar o meu amor pelos meus donos. Então, eu fui ao sofá onde eles se sentavam todos os dias para ver televisão. Senti o seu delicioso cheiro... Ah, como gostava do cheiro dos meus donos! Espreguicei-me e rocei as minhas unhas na pontinha do sofá... Ups!!! Fiz asneira! Gritaram comigo! Enxotaram-me da casa. Mas eu sempre voltava...”
(Livro “Bia por um Triz” – Página 20)


Os gatos gostam de se sentir confortáveis onde estão, e por isso, os cheiros dos que mais amam, os deixa mais tranquilos. 

A meu ver, o que deixa mais tranquilo um gato é sentir a presença dos seus tutores, e por isso, eles são tão agarrados ao que faz parte do ambiente onde estão, como se fosse um refúgio seguro e eterno.

Entretanto, estava a chegar o dia decisivo em que finalmente eles iriam connosco para a nova casa.

Beijinhos da Bia e até o próximo artigo!



Este blogue não assume qualquer responsabilidade pelo seu conteúdo, pois é apenas uma partilha de vida, das histórias que me contam e especialmente daquilo que vivo no dia a dia com os meus gatos. Não tenho qualquer intenção de dar conselhos, especialmente veterinários. Aliás, aconselho vivamente que sempre procure a ajuda de um veterinário se notar alguma alteração nos seus amigos felinos, e nunca desista de procurar esta ajuda especializada.
  
Ainda tão pouco sabemos e a ciência está sempre em contínua mutação. A única coisa que nos resta é a nossa opção de vida!


Se gostou deste artigo e para acompanhar os próximos artigos, convido-te a seguir este blogue e a página do livro "Bia por um triz" em 

Para saber mais sobre o livro "Bia por um triz", veja esta apresentação do livro em

 O livro "Bia por um Triz" pode ser adquirido em

"A melhor forma de ajudar os animais é adotando-os."
(Rosária Gácio)

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Tirem-me tudo, mas não me tirem a caixa!




Quando comecei a levar algumas coisas para a casa nova, comecei a colocar algumas delas em caixas para melhor ficarem organizadas.

E claro, eram estas caixas que iriam ser levadas nos primeiros dias da mudança de casa.

Os gatos são loucos por caixas, e por isso, logo reparei que, ao ver as caixas ali nos cantos da casa, eles iam logo aguçar as unhas no papelão como se elas fossem mais um brinquedo que ali estava. Tive de colocar mantas encima das caixas para as proteger senão, passados alguns dias, as caixa já estavam desfeitas.


Uma das caixas foi tão danificada, que aos poucos apareceu uma espécie de buraco numa das laterais, e quando me dei conta, reparei que ali a Diana Riscas começou a esconder-se para dormir e fazer de esconderijo.

Chegou então o dia em que tive de levar a tal caixa, e então deparei-me com uma situação bem curiosa.

A Diana Riscas, quando se deu conta que a sua caixa de esconderijo tinha desaparecido, começou a bufar para o Jordan, meteu-se debaixo da cama e começou a bufar para todos os cantos.

Até quando me viu, a Riscas fugiu assustada como seu eu fosse uma desconhecida para ela.


Desde que adotei a Diana Riscas, percebi que o seu comportamento é muito instável e altera-se a qualquer alteração do ambiente. A Diana Riscas não gosta de mudanças.

Claro que inicialmente não percebi o porquê dela estar a fazer tudo aquilo.

Entre as viagens de uma casa para a outra, fui meditando e aprofundando a questão.

Então, quando retornei a casa, abri uma caixa, fiz uma espécie de porta lateral com um buraco parecido com o que a outra caixa tinha, enchi com mantas e cobertores, que seriam os últimos a serem levados para a casa nova, e coloquei a caixa exatamente onde estava a outra.

A Diana Riscas quando viu a caixa, ficou logo entusiasmada. Cheirou a caixa toda e depois viu o buraco e logo lá entrou.


A partir de então, acabaram-se os bufos e as mudanças de humor da Diana Riscas. Aliás, nesta caixa, muitas das vezes iria encontrar não só a Diana Riscas como o  seu amigo inseparável, o Jordan.

Esta caixa foi a última a sair da casa antiga, e veio com eles quando nos mudamos de vez para a casa nova.

Durante todo o tempo em que a mobília e as caixas iam saindo aos poucos, Jordan e Riscas tinham o refúgio da caixa de papelão e da suas respetivas caixas transportadoras.

À medida que a casa ia se esvaziando, quase sempre os via ali dentro das suas caixas transportadoras.


Claro que dizem que os gatos não podem ver as coisas a sair da casa, mas por várias razões particulares, não conseguimos fazer esta mudança de casa de uma só vez.

Acho que no caso dos meus gatos, isso de fazer tudo mais devagarzinho, foi uma readaptação lenta à nova realidade que os esperava, e até foi menos penoso para eles.

Cada gato interagiu com estas mudanças de uma forma diferente.

A Diana Riscas adotou aquela caixa de papelão como refúgio, pelo que qualquer coisa que saísse já não lhe importava desde que esta caixa lá estivesse.

O Jordan olhava tudo com uma certa inquietação. Tive de lhe dar um relaxante natural indicado para os gatos, após aconselhar-me com a veterinária, para ele não ficar tão ansioso.


Penso que o Jordan demonstrou um medo de ser abandonado novamente. As coisas a saírem de casa aos poucos deu-lhe uma espécie de pânico no início, mas depois foi vendo que nós estávamos lá e ele acalmava.

E a Bia?


Como sabem, a Bia estava separada do Jordan e da Diana Riscas porque ela foi rejeitada por eles. Vários motivos levaram a este comportamento que ainda estou a avaliar, e por isso, ainda não escrevi um artigo sobre este assunto de uma forma mais clara.

No entanto, isso pode acontecer, e soube de casos de outras pessoas que têm gatos, que pode haver uma separação entre eles, e até mesmo uma definição muito rígida quanto ao que cada um tem num mesmo território.

Os gatos podem se dar bem durante anos, e de uma hora para a outra, criarem assim uma espécie de fronteira entre eles. Entender estas alterações depende essencialmente dos acontecimentos que antecederam esta mudança de comportamento. Por vezes, existem razões de saúde, outras vezes, a alteração rápida dos seus hábitos diários sem uma prévia adaptação, também pode ser uma das causas.

Mas adiante, pois o assunto deste artigo é como cada um dos meus gatos foi reagindo à mudança das coisas da casa antiga para a nova, de forma gradual.

No início a Bia não sentiu muito, aliás, como ela estava num quarto separado, não via as coisas a sair da porta fora, como os outros.

No entanto, ela foi vendo que os armários esvaziaram, que as caixas eram colocadas umas encima das outras num dos cantos do quarto.

No início, ela deu cabo de algumas caixas, pois a Bia adora raspar as unhas nas caixas e arrancar o papelão às dentadas. Uma caixa ao lado dela não dura nem uma semana, sem que fique toda aos pedaços.

E por isso, também ali comecei a colocar cobertores e mantas a cobrir as caixas para protege-las.

Isso de colocar esses cobertores e mantas é importante porque ficam com o cheiro deles. Pelo que aprendi com outras pessoas que passaram o mesmo com mudanças de casa com gatos, deixar estas mantas com o cheiro deles, para depois espalha-los na casa nova, para readapta-los, é muito importante.

E realmente, assim foi uma maneira de sempre os manter com os cheiros deles na casa antiga, mesmo sem os móveis e as outras caixas que iam saindo lentamente para a casa nova.

Com a casa vazia, a Bia começou a ter interesse em visitar os outros cômodos da casa. Aliás, ela fazia questão de ir ver exatamente os espaços vazios, cheira-los, e assim sentir que esta dimensão do vazio, também de certa forma, a libertava das memórias antigas.


A dado momento, por alguns instantes até a questão da falta de entendimento entre os meus três gatos ia também se resolvendo, porque havia mais espaço para andarem de um lado para o outro, e menos coisas que uns e outros pudessem dominar.

Cada vez mais, acredito que os gatos gostam de liberdade e por isso, a questão do espaço, especialmente para alguns gatos, é importante.

Claro que os queremos salvaguardar dos males da rua, e sim, devemos os manter no perímetro da nossa casa. Se cada tutor guardasse o seu gato essencialmente neste círculo de proteção, muitas situações de perigo não se passariam com eles, como os atropelamentos, envenenamentos e contágio de doenças por causa das lutas e disputas de território na rua.

No meu livro “Bia por um Triz” tenho alguns capítulos dedicados a esta vida de um gato de rua, e aos perigos não só ambientais, mas essencialmente, os mais graves, que se prendem para a falta de um habitat natural para eles nas grandes cidades, onde eles são deixados à sua sorte e risco, na maior parte das vezes.



“Na rua, temos de ficar maus para sobreviver. Os gatos de rua são mais ariscos porque já sofreram muito e são muito desconfiados. Também eu tive de aprender a ser desconfiada. Escondia-me depressa, pois desconfiava dos outros gatos e ainda mais dos humanos.  Tornei-me numa gata bravia, pois só assim podia roubar a comida dos outros gatos. Aprendi a usar as unhas.  Eu arranhava a todos que se aproximam de mim, sejam gatos, sejam humanos.”
(Página 31 do Livro “Bia por um Triz”)

O Jordan e a Bia foram gatos de rua, e por isso eles sabiam e temiam estas mudanças do ambiente, no entanto, cada um deles lidou com esta alterações com um comportamento diferente.

Por sua vez, a Diana Riscas pareceu-me muito mais presa às coisas da casa, pelo que a ausência delas lhe causou um impacto muito maior. A Diana Riscas nunca viveu na rua, foi adotada ainda muito jovem e, por isso, esta questão do que vai para além da porta de casa é uma incógnita.

Mas a mudança de casa ainda só estava no seu início, e ainda muito mais aconteceria nesta mudança gradual que irei continuar a partilhar convosco, especialmente quando nos últimos dias, a casa ficou realmente vazia de quase tudo.

Beijinhos da Bia e até o próximo artigo!




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(Rosária Gácio)

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Mudar de casa, e agora, Bia!





Já algum tempo pensava em mudar de casa. Meu apartamento era pequeno e estava localizado num local muito movimentado em trânsito, o que para mim, devido à deficiência visual é muito complexo.

Depois, a alteração do comportamento dos meus gatos, nos últimos meses, poderia estar ligada a este factor de pouco espaço de um apartamento, que estava dificultando um melhor entendimento entre eles.

Cada gato é um gato, e tenho percebido que a personalidade de cada um deles varia muito.

Desde que vimos a nova casa, eu e meu marido imaginamos logo os nossos gatos ali, a andar de um lado para o outro, sem estarem presos a um apartamento pequeno e fechado.

Esta novidade da casa nova também iria mudar os hábitos dos meus gatos, e por isso, fui me aconselhando com a veterinária que cuidou da Bia. 

E também li vários artigos de especialidade na área, sobre as maneiras dessa mudança ser a mais adequada para os meus gatos, sem que corra o risco deles fugirem.

O que li foi que alguns deles têm tendência a quererem voltar à antiga casa, e alguns até fogem do novo ambiente à procura dos cheiros que estavam na casa antiga.


Primeiramente, comecei a retirar as coisas devagar da casa antiga, deixando sempre mantas, cobertores e edredons para eles ali dormirem e deixarem o seu cheiro.

Como tive de fazer obras na nova casa, a mudança teve de ser gradual.

Desde estas primeiras mudanças iniciais reparei então que, diante de mim, estavam três gatos que foram lidando com esta mudança de casa, uma forma diferente.

E nos próximos artigos irei partilhar o que me foi acontecendo no meu caso concreto.

Realmente os gatos surpreendem-nos sempre.

Sim, cada gato é um gato e como disse uma amiga que também têm gatos, temos de estar atentos, pois só quem lida com eles todos os dias, é que realmente os pode perceber e assim melhor pode ajuda-los.

Então, no próximo artigo começarei com o caso da caixa da Diana Riscas…

Até o próximo artigo e beijinhos da Bia.


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