sexta-feira, 30 de junho de 2017

Será que a Pantufa aceita a sua nova amiga Lady na sua casa?



(Continuação do artigo anterior)

Como disse no artigo anterior, levar um novo gato para onde já existe outro, por vezes é um grande desafio.

No caso da Pantufa, esta alterou o seu comportamento de uma forma muito agressiva especialmente para comigo, quando trouxe uma nova gata para casa.

Não queria devolver a pequenina Lady, pelo que tive de aceitar uma inusitada sugestão dada por alguém que já tinha muitos gatos em casa. 

Deixei a Pantufa e a Lady sozinhas na sala e afastei-me, indo para o meu quarto.

Deixei-me estar no quarto e pus-me a escutar o que aconteceria. E então eis que os miados violentos da Pantufa, aos poucos, foram desaparecendo.

Lentamente fui abrindo a porta e até hoje lembro-me da cena que eu vi: a pequenina Lady de pé, em frente à Pantufa, enquanto esta colocava uma das suas patas sobre a cabeça da Lady.

Assim percebi, o quanto os gatos têm uma forma diferente de resolverem os seus conflitos.

Passado algum tempo, os bufos quase que desapareceram.

A Lady ia e vinha, enquanto que a Pantufa, segui-a com o olhar.


Por alguns dias, tentei evitar dar atenção às duas, mantendo-me até mais tempo fora de casa.

Aos poucos, a paz retornou e foi maravilhoso vê-las cada vez mais juntas.

A interação das duas foi tão maravilhosa que senti que a Pantufa deixou de estar tão ansiosa à minha espera como antes acontecia.

As duas estavam quase sempre juntas. Para comer, iam sempre juntas. E ao dormir, tenho uma foto que lhes tirei que agora partilho convosco:



Agora, ao lembrar de tudo o que aconteceu, percebo que a reação da Pantufa não foi de raiva.

Como disse nos artigos anteriores, nem sempre conseguimos compreender as reações dos gatos se as equipararmos às perceções humanas.

Nestes anos de convivência com os meus gatos, percebo que na maioria das vezes, julgamos mal os seus comportamentos.

E mesmo que convivamos com eles muito tempo, estaremos sempre muito longe de os conhecer por inteiro.

No entanto, ouso explicar um pouco do comportamento que a Pantufa teve ao ver uma nova gata em casa.

A Pantufa amava-me muito. O seu amor era tão intenso que não queria me repartir com ninguém. Outro gato em casa era um completo desrespeito ao amor que ela sentia por mim.

Penso que a Pantufa acabou por aceitar a Lady também por causa do amor que nutria por mim.

Eu mostrei-lhe que fiquei muito triste com ela por causa da sua agressividade comigo e com a Lady, deixando de falar com ela e não lhe fazendo festas.

Custou-me fazer isso, mas tinha de o fazer para mostrar-lhe que também a Lady precisava estar ali e que a casa dava para acolher as duas.


E depois a Lady tinha uma forma muito própria de apaziguar tudo à sua volta. Esse seu dom de fazer a paz e a concórdia revelou-se depois mais concretamente quando vieram outros gatos para a nossa casa.

Após os primeiros dias de muita inquietação, finalmente pude ir vendo que a Pantufa aceitou a Lady na sua companhia.

No entanto, o temperamento da Pantufa sempre foi muito complicado. Lembro-me que uma vez resolvi colocar uma coleira em cada uma delas. Como a Lady, era a mais fácil de aceitar novidades, pus-lhe primeiro a coleira.

Quando a pantufa viu que lhe tinha colocado a coleira, foi uma guerra tal que a Lady teve de fugir dela para debaixo da cama.

Tive de tirar a coleira da Lady o mais depressa que pude para que a paz voltasse entre as duas.

Estas reações da Pantufa perante novas coisas e cheiros sempre acompanharam os anos que se seguiram, impedindo-me de trazer novos gatos para casa.

Aliás, até a ida ao veterinário tornava-se também uma grande dificuldade, porém esse assunto prefiro alongar-me melhor no meu próximo artigo em que falarei das idas da pantufa ao veterinário que se tornaram verdadeiras aventuras de terror.

(continua no próximo artigo)



terça-feira, 27 de junho de 2017

Quando a Lady veio para a minha casa…




(Continuação do artigo anterior)

Quando fomos buscar a Lady, ela ainda era tão pequenina que cabia na palma de minha mão. Vimos um anúncio na net em que alguém estava a dar gatinhos e marcamos um encontro para os ver. Coincidência é que tal encontro foi exatamente muito perto de onde meu marido viveu quase vinte e cinco anos, isto é, junto à Torre dos Clérigos no Porto.

E então, lá veio um jovem rapaz com três gatinhos tão lindos quanto pequeninos nas mãos… Como queríamos uma gatinha, podíamos escolher de duas que lá estavam…

Os olhos de uma das gatinhas eram de um azul muito intenso e quase que de imediato nos apaixonamos por aquele floco de neve com manchinhas castanhas de vários tons…

A Lady era uma gata de raça siamesa. Quando foi para as minhas mãos, ela ficou logo muito encolhidinha e assim a levamos até a nossa casa.

Estava bastante entusiasmada em também dar à Pantufa, uma companheira com a qual pudesse brincar, já que ela ficava muito tempo sozinha em casa.


Quando chegamos, fiz exatamente o que tinha feito à Pantufa. Mostrei à Lady onde era a areia para fazer o xixi e o cocó, bem como o lugar da comida e da água.

A Pantufa, mal nos viu chegar, fugiu e escondeu-se. Mas isso era o normal que fazia quando eu chegava com o Paulo em casa.

Porém, quando a Pantufa sentiu que havia um outro gato em casa, começou a bufar e a fazer miados violentos.

Lembro-me que ela me rosnou e tentou até se atirar a mim.
Fiquei completamente assustada com aquela reação da Pantufa.

A Pantufa nunca me arranhou e o seu olhar era sempre tão terno para mim, que toda aquela mudança de comportamento realmente parecia que ela estava possuída, de tão violenta que ficou, especialmente para comigo…

O Paulo disse-me que isso era normal pois os gatos estranham-se muito nos primeiros dias. Para além disso, era preciso ver se a Pantufa aceitava a Lady pois havia gatos que não gostam de partilhar a sua casa com outros gatos.

Isso doía-me o coração pois já estava a amar a Lady.

Como a Pantufa estava um pouco violenta nas suas reações, temi que fizesse algum mal à Lady.


No início, fiquei com um bocado de medo pois eu tentava defender a minha pequena e indefesa Lady da outra gata Pantufa. Mas parecia que quanto mais defendia a Lady mais a Pantufa se tornava violenta.

A minha casa parecia um campo de batalha gatal.

Eu não sabia o que fazer!

Então, liguei a várias pessoas que pertenciam a associações de animais para que me dessem opiniões do que deveria fazer naquela situação.

No meio dos miados e dos bufos violentos da Pantufa, finalmente alguém me deu um conselho um bocado insólito:

- Não se preocupe. O melhor é deixar as duas sozinhas e afaste-se de perto delas. Se elas não a verem, melhor. Quanto mais a separar uma da outra, pior. É preciso que as duas se conheçam… Faça isso pois eu tenho muitos gatos e é assim que faço quando trago um novo a casa…

Quando ouvi aquilo, a princípio, parecia-me um absurdo…

Como poderia deixar aquele ser tão indefeso e pequenino diante de uma gata de mais de um ano, com o triplo do tamanho?

E para além disso se a Pantufa se virou a mim, então o que não fará com a Lady?

Meu coração estava titubeante diante do que deveria fazer. No entanto, eu teria que deixar a Lady sozinha com a Pantufa no outro dia porque iria trabalhar…

E então, pensei um pouco… Deixei a Lady na sala onde estava a Pantufa e fui para o quarto e fechei a porta… Tinha que tentar ver se resultava… Se ouvisse qualquer miado da pequenina mais aflito, abria a porta e iria logo socorre-la…

(continua no próximo artigo)



sexta-feira, 23 de junho de 2017

A "paixão" da Pantufa por mim...


(Continuação do artigo anterior)

A Pantufa, aos poucos, foi-se acomodando à sua nova casa. 

Na altura eu tinha uma vida muito agitada. Estávamos no ano de 2004, em que eu trabalhava durante o dia e à noite estudava. 

A Pantufa passava a maior parte do tempo sozinha em casa.

À noite, quando eu chegava, éramos apenas nós as duas. Aos fins de semana, o meu namorado vinha-me visitar, porém, ela quando o via, fugia dele e mantinha-se à distância.

Naquela altura não compreendia muito bem a sua atitude para com o meu namorado. Como pensava que os gatos eram independentes, julguei que esta sua forma de agir era o usual nos gatos e por isso deixei-a à vontade. 

Aos poucos, fui aprendendo com a Pantufa, a conhecer melhor os gatos, nas suas características únicas, ainda mais, tendo em consideração o que posteriormente vivi com a adoção de outros gatos.

Notei que, na maioria das vezes, os gatos quando são adotados, escolhem um dono. Geralmente apegam-se a quem os trouxe para casa. 

E com o passar do tempo, percebe-se que o gato que te ama muito também deseja de ti a mesma exclusividade …

Atualmente, uma das gatas que tenho em casa, a Diana Riscas, tem tamanha dedicação a mim que para além de não se deixar agarrar pelo meu marido, tem igualmente enorme ciúme quando me ponho a fazer festas aos outros gatos que tenho em casa.


Por sua vez, a minha outra gata, a Bia (Bia por um Triz), tem uma dedicação apaixonante ao meu marido que apesar não ser tão obsessiva como o é a de Diana Riscas por mim, é notória a sua escolha em algumas situações. Por exemplo, quando o meu marido está a lhe fazer festas, e eu achego-me, ela rejeita-me um pouco, afastando-me com as patitas e até dando-me leves mordidelas. 


Claro, que estas atitudes são complicadas de racionalizar tendo em conta a nossa perspetiva humana.

Porém, no mundo dos gatos, a fidelidade e o respeito transforma-se numa verdadeira “paixão” pelos seus donos.

“Paixão” é o nome que dou a esta forma dos gatos nos amarem sem limites. 

E a Pantufa amava-me tanto, que julgo que ela não compreendia porque haveria de eu ter lá em casa o meu namorado Paulo.

Para a Pantufa, bastava estarmos eu e ela. Mesmo que eu estivesse todo o dia ocupada a trabalhar e mesmo à noite a estudar, chegando tarde a casa; estar só comigo, bastava à Pantufa.  

Por sua vez, a Pantufa tinha o seu cantinho no sofá onde se deitava à tarde. Ao fim do dia punha-se à janela; e entre o comer e o dormir, mantinha-se sempre calma a acompanhar-me com os seus olhitos brilhantes quando eu estava em casa.


Todos e quaisquer estranhos, amigos, familiares ou vizinhos, que entravam em minha casa, eram motivos para que a Pantufa desaparecesse por algum tempo. Geralmente, ela deixava-se estar debaixo da cama e aguardava que novamente eu ficasse sozinha em casa.

A vinda regular do Paulo à casa trouxe uma alteração na rotina da Pantufa. Com o passar do tempo, ela já se mostrava um pouco mais, porém mantinha-se à distância e festas dele, nem pensar.

Durante os vários anos de convivência, mesmo após casar-me com o Paulo  e este tornar-se uma pessoa da casa, nada disso alterou a nítida distância que a Pantufa fazia questão de manter entre os dois.

Claro que o Paulo tentava se aproximar da Pantufa, mas esta fugia, por vezes dando-lhe bufos e logo escondia-se depressa para evitar qualquer contacto mais próximo.

Posso dizer até, que por vezes, sentia que a Pantufa se afastava igualmente de mim, quando eu estava ao lado do Paulo.


Pode ser complicado explicar tudo isso para quem não viveu ainda uma experiência destas, mas posso dizer que o passar dos anos foram confirmando esta minha opinião acerca da Pantufa.

Contudo, mesmo que esta “paixão” dos gatos seja notória, isso não significa que eles não amem ou respeitem os demais humanos com os quais convivem na casa onde foram acolhidos.

Baseada nos acontecimentos posteriores da história da Pantufa nas nossas vidas, que depois irei relatar em outros artigos, também me provaram que a Pantufa amava o Paulo, mesmo não tendo ela demonstrado qualquer afeto por ele durante quase toda a sua vida connosco.

A Pantufa foi a minha primeira gata e ela ensinou-me muito do que é o amor de um gato. 

O amor de um gato pode até ser silencioso e passar quase despercebido, mas é real.

Porém, um amor de um gato não nos é totalmente compreensível, e por vezes, apenas a convivência o demonstra. 

Eu julgava que a Pantufa sentia solidão por viver sozinha comigo no apartamento, e por isso, eu e o meu ainda namorado Paulo resolvemos adotar uma outra gata, a Lady…

No próximo artigo irei relatar este momento que foi muito significante para a Pantufa e para nós, muito além do que inicialmente imaginei…


(continua no próximo artigo)


sábado, 17 de junho de 2017

Os primeiros dias da minha Pantufa na sua nova casa...


(Continuação do artigo anterior)

Mal cheguei a casa, mostrei à Pantufa onde estava a comida, a água e o caixote com areia; conforme me tinha sido ensinado pelo meu namorado Paulo, que já tinha mais experiência na adoção de gatos do que eu.

Pensava que a pequenina Pantufa iria cheirar a casa nova como via fazer os cães que foram adotados pelos meus pais.

No entanto, os gatos ficam estressados com os novos ambientes e os seus cheiros desconhecidos. Eles precisam de algum tempo para se ambientarem em novos locais e por isso eles não gostam muito de mudanças. É normal que os gatos se escondam nos seus primeiros dias numa nova casa.

Porém, a minha Pantufa foi a primeira gata que adotei. Ainda sabia tão pouco da personalidade dos gatos.


 E então a Pantufa, mal se viu livre das minhas mãos, correu para algum canto da casa que não pude ver. Mas deixei-a à vontade. Estava feliz, mas também muito ansiosa com o que eu e a Pantufa iríamos partilhar em casa.

Lembro-me que tive de voltar ao trabalho, e quando cheguei à noite, reparei que ela já tinha se alimentado da comida que lá tinha deixado, mas nada de a ver.

Um ou dois dias passaram e não tinha a mínima ideia aonde a minha pequenina Pantufa se tinha escondido. Fiquei muito preocupada por não a ver. Apesar do meu namorado Paulo dizer-me que era normal eles se esconderem de nós nos primeiros dias, não ficava tranquila ao chegar a casa e não a ver.

Apesar de ver que ela se alimentava pois a ração que deixava antes de sair de casa diminuía, o meu coração ficava ansioso por não a ver. Queria dar-lhe um pouco de leite próprio para gatos conforme me tinham dito para fazer.

Quando o Paulo veio jantar ao fim de semana, estava realmente muito nervosa por não a ver. 

Será que está doente? Será que ela tem tanto medo de aparecer que vai ficar perdida a um canto da casa e morrer à fome?

Então dedicamo-nos a tentar descobrir onde ela estava.

Fomos aos armários, às gavetas, aos cantos aqui e ali para ver se a descobríamos. Nada!

E então eis que a descobrimos aonde nunca desconfiávamos...

Na minha sala havia uma enorme estante, onde estava a televisão e o computador, com duas cristaleiras laterais.

Ali, atrás daquele monstro de madeira, encolhida num canto frio, lá vi seus olhos amarelos a luzir. Arrastamos o móvel pesado, e lá a agarrei, colocando-a no meu colo. O seu coração batia depressa. Dei-lhe algum leite de gato a beber, fiz-lhe festas e aqueci-a com alguns paninhos que estavam perto.


Não compreendia muito bem porque ela fugia de nós.  Mas o gato precisa saber que é amado e querido para que possa demonstrar todo o seu afeto.

E para que ela não voltasse a esconder naquele canto, tapamos os buracos por onde ela pudesse passar.

Não podia estar tranquila se não a visse.

Todos os dias chegava a casa e a primeira coisa que pensava era ver onde ela estava.

Claro que ela deixou de ir para trás da estante, mas encontrou outros lugares mais acessíveis e facilmente era descoberta e assim chamava-a.

Aos poucos ela se foi mostrando e aproximou-se cada vez mais.

Porém notei, que quando o meu namorado Paulo vinha a casa, ela escondia-se.


(continua no próximo artigo)

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Quando adotei a minha primeira gata…




Quando adotei a minha primeira gata, não tinha qualquer ideia acerca do que era a personalidade dos gatos. Tudo o que sabia, baseava-se no que os outros falavam e pela minha experiência familiar. 

Na casa dos meus pais só tivemos a oportunidade de ter cães. Tínhamos um quintal grande onde a minha Pituca e o meu Pituco, os nossos cães, podiam correr livremente e sempre atentos a todas as coisas que ali ocorriam. Qualquer dia desses, também dedico um artigo a estes dois seres que Deus colocou nas nossas vidas.

Por agora, quero falar da minha primeira experiência com a adoção de gatos.

A ideia que tinha dos gatos é que eles não se importavam com os seus donos, antes queriam, era saltar de um lado para o outro, livres pelos telhados das casas sem qualquer afeição à sua casa e aos seus donos.

Quando resolvi adotar um animal de estimação, meu marido falou-me dos gatos.

No caso do meu marido Paulo, a sua infância e juventude foi quase toda partilhada com gatos em sua casa.

Eu morava num apartamento e tinha horários de trabalho imprevisíveis, e assim sendo, não poderia ter condições de cuidar de um cão. Sair à rua com ele, mesmo às horas que pudesse, seria complicado porque também estudava à noite.

Então fui a uma loja que vendia coisas para animais e encontrei lá alguns gatinhos para adoção. Nesse dia fiquei ainda com dúvidas, pois não tinha comprado comida e nem sabia o que era necessário. Os gatinhos eram ainda muito novinhos, talvez nem tivessem dois meses…

Mas até hoje lembro-me, que logo de imediato, fiquei apaixonada por um deles. Era uma gata com pelo preto em quase todo o seu corpo, tendo as patas brancas e uma espécie de babete branca em baixo do seu focinho… Por causa das patas serem brancas dei-lhe o nome de Pantufa.

Como disse, lá estavam vários gatinhos mas parece-me que o olhar daquela ficou-me na memória. Desde que a vi, fiquei muito enternecida com ela.


Passaram-se alguns dias pois ainda estava com muitas dúvidas. Tentei esquecer da ideia, mas aquela gatinha preta com o seu olhar vinha-me sempre à mente. 

Então, enchi-me de coragem e lá voltei. Meu coração batia depressa pois toda aquela experiência era única e não fazia a mínima ideia se iria dar certo.

Quando cheguei à loja de animais, o senhor que lá estava disse-me que apenas tinha restado um gatinho.

Fiquei com o coração aos pulos e fui a correr para ver, se esse que restava, era aquela gatinha que me tinha ficado no pensamento…

E para grande surpresa, lá estava ela a olhar para mim, quase que à minha espera… Não consigo descrever este momento sem me comover…

Penso que as nossas vidas estavam entrelaçadas e a minha Pantufa aguardou por mim. Existem coisas nesta vida que é difícil explicar e esta é uma delas.

Todos os outros gatos tinham sido adotados e só restava, a minha querida Pantufa.  

Ela era tão pequenina que a coloquei na minha mão, e segurei-a com muito cuidado para que ela não me fugisse, enquanto não chegasse em casa. O senhor da loja avisou-me que ainda tinha de lhe dar o leite apropriado aos gatos, pois ainda era muito jovem. Deu-me também algumas dicas da alimentação que deveria ser para gatos jovens.

Lembro-me que o meu coração estava mais calmo mas muito ansioso por chegar a casa. Tinha muito medo de a deixar fugir das minhas mãos.



(continua no próximo artigo)

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Por quê contar a história de uma gata de rua?

Pantufa - A primeira gata de Rosária Grácio


Quando adotei a minha primeira gata, a Pantufa, julgava que os gatos têm de ser adotados ainda em pequeninos, para se afeiçoarem melhor aos seus donos. 

Durante muitos anos, julgava que os gatos viviam na rua porque assim gostavam de lá estar.

Todas estas teorias que tinha dos gatos era baseada nas historinhas que me contavam acerca da personalidade ambígua dos gatos.

Então adotei a Bia.

Bia na casa de Rosária Grácio

Quando a Bia foi adotada, ela já era uma gata adulta. Para além disso, ela foi resgatada da rua. Não se sabe quanto tempo a Bia viveu na rua.

Nestes anos de convivência com a Bia, aprendi que tudo o que pensava acerca dos gatos eram simples teorias.

A Bia fez-me conhecer uma realidade dos gatos que até então desconhecia.

Não sabia que muitos dos gatos que estão abandonados nas ruas, ou que simplesmente andam a maior parte do dia na rua, também necessitam ser amados.

Assim nasceu “Bia por um triz”!

Bia junto a uma das ilustrações do livro "Bia por um Triz".

“Bia por um triz” conta a história de uma gata de rua.

No último mês de maio, eu e a editora estivemos a ultimar os últimos pormenores deste livro que brevemente estará disponível em várias livrarias de Portugal e também no Brasil.

Espero que a vida de Bia possa motivar mais e mais adoções de gatos de rua.

Quiçá, algum dia, o meu desejo se realize, e todos os gatos possam ser parte da vida de alguém! 

Bia a mostrar a barriguinha ...