quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Os gatos e os mitos – Parte IV: Os gatos não gostam de ter companhia?



Muitos dizem que os gatos não gostam da companhia de outros gatos. Mas será que é assim?

Aqui vou partilhar um pouco da minha experiência de vida com os meus gatos.

Vou começar com a Pantufa que foi a minha primeira gata. Quando ela veio para a minha casa, não haviam outros animais para além dela.


O tempo foi passando e como ficava muito tempo fora de casa, pois trabalhava durante o dia e estudava à noite, resolvi adotar outra gata, ainda pequenina: a Lady. 


Ah, quando viu a Lady, a Pantufa ficou furiosa, e até tentou me atacar, rosnando e bufando para a pequena Lady.

Como já partilhei em um artigo anterior, após deixar as duas sozinhas, eis que passados alguns dias, encontro-as unidas e felizes uma ao lado da outra, o que ao longo do tempo se manteve.


Apesar da aceitação, havia sempre algo que interrompia toda essa serenidade entre a Lady e a Pantufa. 

Quando tinha de levar a Lady ou a Pantufa ao veterinário, a Pantufa bufava à Lady, sempre que uma delas chegava a casa. 

Mesmo que as levasse juntas para a veterinária, a Pantufa ficava sempre estranha à Lady nos dias seguintes, até normalizar e voltarem a estar perto uma da outra.


Segundo soube, isto devia-se ao facto da alteração dos cheiros trazidos da rua e da clínica veterimária confundirem a Pantufa e ela acabar por, de certa forma, “desconhecer a Lady”, por causa dessas alterações.

Estas alterações de comportamento, após as idas ao veterinário, deixaram de existir com os gatos que posteriormente adotei. A Lady e os demais quando voltam do veterinário após um bufos e miados, voltam a conviver uns com os outros passados uns minutos.

No mais, a Bia e a Lady deram-se sempre muito bem. As duas viviam sempre juntas, ligadas uma à outra como se conhecessem há muito tempo. Quando a Bia veio para casa, já era adulta e se readaptou muito bem à nova casa e à Lady, que já lá estava.


O Jordan é igualmente dado a estar e a conviver com outros gatos. Por vezes, ele gosta de querer mandar nos outros mas aos poucos vai percebendo que deve respeitar o espaço dos outros gatos.



A Diana Riscas, é a mais interativa com os outros gatos, apesar de ser a que é mais ciumenta, gostando de ter a atenção dos seus tutores só para ela.


O que mais me admira na Diana Riscas é que ela realmente não tem qualquer receio de ocupar o seu lugar, impondo-se mesmo que seja diante de gatos mais velhos que ela.

O que aprendi desta convivência com estes cinco gatos tão diferentes uns dos outros é que cada gato tem a sua forma de interação com outros gatos. Uns dedicam-se mais que os outros.

No caso da Bia e da Lady, até hoje, a Bia ainda não conseguiu interagir com os outros gatos da mesma forma como interagia com a Lady. 


Aliás, por vezes, ouço a Bia a chamar pela Lady junto à cadeira onde as duas costumavam dormir juntas. 

Desde que a Lady faleceu, a Bia mantém certa distancia dos demais gatos, sentindo nela uma expectativa de espera pela Lady que infelizmente nunca voltará.


Para mim, a Lady foi a gata que mais gostava da companhia de outros gatos. Após aturar os amuos da Pantufa durante mais de dez anos, foi capaz de aceitar com muita rapidez a companhia de outros gatos, tornando-se ao mesmo tempo, por assim dizer,  a “mãe” de todos eles. 


Digo isso, porque enquanto a Lady ainda viveu na companhia da Bia, Jordan e Diana Riscas, todos viviam com muita harmonia. 


Após o falecimento da Lady, ainda sinto uma espécie de amuos entre eles no que se refere aos espaços e atenções que cada um recebe dos seus tutores. No entanto, na maioria das vezes, estão a dormir e a interagir uns com os outros como se vivessem juntos desde que nasceram.

Apesar de tudo, podem haver gatos que realmente não gostam de companhia de outros na mesma casa, pois assim era uma das gatas que o meu marido teve, quando ele ainda era criança. Esta sua gata rejeitou todos os gatos que ali foram colocados, incluindo os seus próprios filhotes depois de ficarem mais crescidos.

E isso nada tem a haver com a questão de raça.

Cada gato é um gato, com sua personalidade e forma de viver. Cada tutor tem de conhecer o seu gato e aceitar os seus limites. Na verdade, quando um gato se dedica inteiramente aos seus tutores pode achar que não é possível dividir o seu afeto com outros gatos.

O que é importante reter, é que se alguém deseja ter mais que um gato, deve tentar ao máximo dar a atenção devida a cada um.


Não adianta adotarmos muitos animais se não lhes podemos dar o afeto ou atenção que merecem e precisam.


A companhia de outros animais pode tirar um pouco a solidão a um gato, mas eu aprendi que um gato gosta sempre da companhia do seu tutor, e esta companhia nunca será substituída pela companhia de outros animais.


O gato é um ser que se dedica ao ser humano de uma forma muito única e especial, e só há medida que convivemos com eles é que percebemos a importância que eles nos dão.


Até o próximo artigo com muitos beijinhos da Bia!!!!




(Continuação do artigo anterior que pode ler em

 Os gatos e os mitos – Parte III: Quantas vidas tem um gato?)


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