quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Adotar um gato é estar preparado para dar-lhe atenção!




Quando adotei a minha primeira gata, a Pantufa, tinha uma vida muito agitada e quase não parava em casa. 

Aliás, um dos motivos para ter adotado um gato e não um cão foi exatamente isso. Disseram-me que um gato é mais independente e que consegue ficar sozinho em casa sem tanto stress como os cães.

No entanto, à medida que fui conhecendo a Pantufa, notei que um gato também quer a atenção do seu adotante.

Lembro-me que, todos os dias, ela fixava o seu olhar em mim enquanto me vestia a correr de manhã para ir para o trabalho.

 E ao fim da tarde quando chegava, a sua ansiedade era tão grande que percebi logo que ela esperava por mim durante todo o dia.


À noite, a Pantufa ficava tão feliz por me ver que vinha logo ter comigo e me dava uma sessão de festas e carinhos que por vezes não podia retribuir na mesma intensidade. 

Dava-lhe algumas festas, sim, mas eram tantas as coisas por fazer em casa, que após dar alguns mimos à Pantufa tinha de ir logo fazer isso e aquilo.

A Pantufa foi adotada ainda pequenina por mim. Ela era muito territorial e independente, porém gostava intensamente de mim.

Com o seu olhar seguia-me de um lado para o outro demonstrando o quanto ela estava atenta a tudo o que eu fazia.

A Pantufa não era uma gata de muitas brincadeiras. Aliás, a Pantufa sempre foi uma gata muito reservada.  

Foi castrada, sim, mas nunca lhe senti qualquer sinal de cio ou vontade de fugir de casa. Gostava de estar ali, sempre num ponto da casa, a olhar para mim.

Quando adotei a Lady, a Pantufa não gostou no início, mas depois, julgo que a companhia de outra gata a deixou menos ansiosa enquando estava sozinha em casa.



À medida que fui adotando outros gatos, percebi aos poucos, que eles têm todos, cada qual a sua personalidade. 

E até mesmo, a forma de interação com cada um, também muda. 

Alguns gostam de certas brincadeiras, outros gostam de certos mimos e cada qual escolhe a sua melhor forma de interagir com o seu adotante.


A Bia, por exemplo, sempre foi uma gata de muitos mimos. Gosta de estar perto, por vezes, muito perto, mesmo, a sentir o calor do nosso corpo. Por isso, ela encosta-se a nós, seja no chão, no sofá ou na cama.

E quando colocamos a mão sobre ela, fica logo a ronronar, mostrando a sua barriguinha peluda que parece um grande floco de neve.


A Bia gosta de sentir-se amada. E quando temos de fazer festas aos outros gatos que temos em casa, temos de lhe fazer festas também, senão fica ofendida.

A Bia veio para a nossa casa quando a Pantufa faleceu. E olhando as suas personalidades tão diferentes, percebo a riqueza que ganhamos quando partilhamos a nossa casa com estes felinos que dizem ser independentes…

Sim, dizem que os gatos são independentes, mas penso que não é bem assim. A independência dos gatos passa por uma terna e amorosa dependência por causa de nós.

Ao deparar-me com o que vivi com a Pantufa e ao que vivo com a Bia, posso concluir que os gatos podem ter cada qual a sua forma de interação connosco, porém todos amam-nos incondicionalmente.


Assim sendo, independentemente da forma de interação que cada um tenha connosco, todos precisam da nossa atenção e carinho com gestos concretos. 

Para além da comida e da água fresca, os gatos gostam também da nossa ternura e interação com eles.

Não precisamos de lhes comprar muitas coisas para os gatos se entreterem…

Os gatos gostam é de se entreter connosco!

Por isso quando estiveres com o teu gato, interaje com ele, fale-lhe sem reservas, manifeste concretamente o seu carinho.

Eles não sabem falar, é verdade. Porém, irão retribuir de uma maneira que não vais estar à espera.

Os gatos ensina-nos que amar é uma opção e não uma obrigação.