quinta-feira, 6 de julho de 2017

Quando o gato não gosta de ir ao veterinário…





(Continuação do artigo anterior)

Ir ao veterinário pode ser muito estressante para alguns gatos, talvez, a maioria deles não goste muito da ideia de sair de casa e ir a um local completamente diferente da sua “zona de conforto” que é a sua casa.

As reações dos gatos são muito diversas. Eles tentam ao máximo salvaguardar as suas emoções e gostam de se sentir seguros.

Dos gatos que adotei, já vi várias reações. 


O Jordan até gosta de um passeio de vez em quando. Apesar de miar no início, depois até gosta de sentir o ventinho que entra pela transportadora.


Quanto à minha Diana Riscas, esta fica completamente estressada quando tem de sair de casa. É uma sessão continuada de miados, e quando chega ao veterinário e tem de aguardar a sua vez, vem também uma sessão de bufos.



Por sua vez, a Bia (Bia por um Triz) fica completamente amedrontada, miando sem parar, e se o medo for muito, até xixi na transportadora, acaba por fazer…

E falando na Pantufa, esta, então, tinha verdadeiro terror a sair de casa. Quando a levava, tinha de aproveitar um momento em que estivesse a dormir no seu cantinho à janela. 


Não podia trazer a transportadora com muito alarido. Se ela visse a transportadora, saía a correr e escondia-se.

Tinha de a colocar bem depressa na transportadora para ela não fazer muita resistência. A Pantufa tinha muita força nas patas, pelo que se ela percebesse que a colocava devagar na transportadora, usava as patas para não me deixar coloca-la lá dentro e fugia.

Para além disso, a Pantufa era uma gata grande e pesada. Leva-la ao veterinário era um verdadeiro exercício físico.

Mas tinha de o fazer. Não podemos retirar-lhes este momento para ver como está indo a sua saúde.

Ainda bem, que atualmente, já existem veterinários que vão a casa. Penso que certos gatos sofrem muito quando têm de sair de casa, nem que seja  para o veterinário.

No caso da Pantufa, quando chegava à casa, ainda havia o facto dela estranhar a sua companheira de anos, Lady e ficar a bufar-lhe ainda por alguns dias, como se nunca a lady estivesse naquela casa a viver com ela.


E isso acontecia também quando levava a Lady ao veterinário. Quando esta voltava, a Pantufa voltava a bufar-lhe como se ela fosse uma completa estranha.

Disseram-me que isso era por causa dos cheiros novos que a Lady ou a própria Pantufa trazia da rua e a confundiam.

Realmente, para quem adota gatos, toda esta situação, a princípio parece incompreensível.

Mas no mundo dos gatos, tudo tem o seu lugar e eles apegam-se a uma rotina e às coisas que fazem parte do seu ambiente.

Eles não querem nada mais além do que já têm.

A Pantufa ensinou-me muito, mesmo com todos este amuos e mudanças de comportamento. Ela gostava do seu espaço, mesmo pequeno e simples, era o seu com o qual vivia comigo.


Ela não precisava de mais nada. Sair para que?

A Pantufa veio-me pequenina às mãos. Graças a Deus, nunca conheceu a vida na rua. Ela sentia-se grata por cá estar na minha casa.

Quando nos sentimos bem num lugar, para quê sair dele?

Por vezes, as coisas mais lindas da vida são as mais simples e bastam a que temos.

No entanto, para nós humanos, quando uma coisa que já temos há muito tempo se estraga, jogamos fora e compramos outra para a substituir.

Eu pensava assim…

No entanto, a Pantufa ensinou-me que existem coisas que são sagradas para os gatos, como era o sofá onde ela, tantas vezes, dormia com a Lady.



(continua no próximo artigo)