(Continuação do artigo anterior)
Ir ao veterinário pode ser muito estressante para alguns
gatos, talvez, a maioria deles não goste muito da ideia de sair de casa e ir a
um local completamente diferente da sua “zona de conforto” que é a sua casa.
As reações dos gatos são muito diversas. Eles tentam ao
máximo salvaguardar as suas emoções e gostam de se sentir seguros.
Dos gatos que adotei, já vi várias reações.
O Jordan até
gosta de um passeio de vez em quando. Apesar de miar no início, depois até
gosta de sentir o ventinho que entra pela transportadora.
Quanto à minha Diana Riscas, esta fica completamente estressada
quando tem de sair de casa. É uma sessão continuada de miados, e quando chega ao
veterinário e tem de aguardar a sua vez, vem também uma sessão de bufos.
Por sua vez, a Bia (Bia por um Triz) fica completamente amedrontada,
miando sem parar, e se o medo for muito, até xixi na transportadora, acaba por
fazer…
E falando na Pantufa, esta, então, tinha verdadeiro terror a
sair de casa. Quando a levava, tinha de aproveitar um momento em que
estivesse a dormir no seu cantinho à janela.
Não podia trazer a transportadora
com muito alarido. Se ela visse a transportadora, saía a correr e escondia-se.
Tinha de a colocar bem depressa na transportadora para ela não
fazer muita resistência. A Pantufa tinha muita força nas patas, pelo que se ela
percebesse que a colocava devagar na transportadora, usava as patas para não me
deixar coloca-la lá dentro e fugia.
Para além disso, a Pantufa era uma gata grande e pesada. Leva-la
ao veterinário era um verdadeiro exercício físico.
Mas tinha de o fazer. Não podemos retirar-lhes este momento
para ver como está indo a sua saúde.
Ainda bem, que atualmente, já existem veterinários que vão a casa. Penso que
certos gatos sofrem muito quando têm de sair de casa, nem que seja para o veterinário.
No caso da Pantufa, quando chegava à casa, ainda havia o
facto dela estranhar a sua companheira de anos, Lady e ficar a bufar-lhe ainda por alguns dias, como se
nunca a lady estivesse naquela casa a viver com ela.
E isso acontecia também quando levava a Lady ao veterinário.
Quando esta voltava, a Pantufa voltava a bufar-lhe como se ela fosse uma
completa estranha.
Disseram-me que isso era por causa dos cheiros novos que a
Lady ou a própria Pantufa trazia da rua e a confundiam.
Realmente, para quem adota gatos, toda esta situação, a
princípio parece incompreensível.
Mas no mundo dos gatos, tudo tem o seu lugar e eles
apegam-se a uma rotina e às coisas que fazem parte do seu ambiente.
Eles não querem nada mais além do que já têm.
A Pantufa ensinou-me muito, mesmo com todos este amuos e
mudanças de comportamento. Ela gostava do seu espaço, mesmo pequeno e simples,
era o seu com o qual vivia comigo.
Ela não precisava de mais nada. Sair para que?
A Pantufa veio-me pequenina às mãos. Graças a Deus, nunca
conheceu a vida na rua. Ela sentia-se grata por cá estar na minha casa.
Quando nos sentimos bem num lugar, para quê sair dele?
Por vezes, as coisas mais lindas da vida são as mais simples
e bastam a que temos.
No entanto, para nós humanos, quando uma coisa que já temos
há muito tempo se estraga, jogamos fora e compramos outra para a substituir.
Eu pensava assim…
No entanto, a Pantufa ensinou-me que existem coisas que são
sagradas para os gatos, como era o sofá onde ela, tantas vezes, dormia com a Lady.
(continua no próximo artigo)
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