Há cerca de quinze dias, eu e meu marido fomos de férias por
cerca de dez dias, deixando uma pet-sitter para ir diariamente ver os nossos
três gatos que deixamos em casa.
Parecia tudo muito bem, até voltarmos de férias e passados
alguns dias, a minha Diana Riscas andar a bufar à Bia e ao Jordan sem motivo
aparente.
Diana Riscas já é uma gata adulta e querer mandar nos outros
dois gatos mais velhos não seria novidade alguma, disse-me a minha veterinária.
Porém, temos de estar atentos a todos os pormenores, pois
nem sempre o que parece é, no mundo dos gatos.
Percebi que a pequena Diana não atacava a Bia e o Jordan,
antes queria se afastar destes.
E depois, cada vez mais escondidinha a um canto, reparei que
mal comia e nem se aproximava das taças de água que tenho à disposição dos meus
felinos.
Como está gordinha, a conselho da veterinária, precisava diminuir
as latinhas da comida húmida pelo que comecei a reduzir para uma por dia.
Porém, a minha Diana Riscas estava mesmo com aversão a
qualquer contacto com outros gatos e o Jordan que a ama tanto nem podia chegar
perto dela.
Aos poucos, fui percebendo que a Diana não queria estar com
os outros gatos. Deixava-se agarrar por nós, humanos, aconchegava-se, mas mal a
Bia ou o Jordan apareciam, era uma guerra de bufos e rosnos.
Os bufos eram tão fortes e violentos que decidi colocar a
Diana Riscas num quarto separado durante a noite, colocando-lhe água e comida e
só assim conseguimos dormir tranquilos.
O Jordan chorava à porta do quarto à espera dela mas depois
descansou e o silêncio voltou à nossa casa.
O que mais me intrigou foi o facto da Diana
não fazer qualquer barulho do outro lado para sair do quarto, o que seria de
esperar num gato que gosta de estar em toda a casa.
No dia seguinte, fui ver a Diana Riscas e esperava que ela
estivesse com vontade de sair do quarto, mas a minha admiração foi maior quando
a vi dentro da transportadora quieta a um canto.
Os seus olhinhos pareciam me dizer:
- Leva-me por favor para
o veterinário!
Realmente, um gato estar quieto em uma transportadora, não é
normal.
Reparei que ela não tocou na comida durante a noite, o que era mais
estranho ainda.
De imediato, eu e meu marido levamos a Diana Riscas à sua
veterinária. Então, lá chegando, verificou-se que a sua temperatura não estava
muito boa e que o melhor era fazer um exame de sangue e ficar internada com
soro pois parecia desidratada.
Quando a veterinária teve o resultado dos exames, ela
explicou-me um pouco do que estava a acontecer com a Diana Riscas:
Por alguma razão, Diana Riscas não estava a comer o
necessário porque a ureia estava baixa. E para além disso, também não bebeu
água o suficiente e ficou desidratada.
Diana Riscas como já estava um pouco gordinha, ao comer
pouco, o corpo foi buscar a gordura armazenada, sobrecarregando o fígado. As
enzimas do fígado aumentaram, o que lhe causou desconforto e enjoo, comendo
cada vez menos e se refugiando dos outros gatos. Algo assim parecido acontece
quando nós estamos com uma crise de fígado.
E assim, a Diana Riscas teve de ficar internada na clínica a
partir daquele dia de sábado quando a levamos para ser consultada.
(Continua no próximo artigo)