quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Quando me vem o furacão dos sentidos


Uma das coisas que mais me inquieta são os cheiros, sons e as luzes do quintal que saltitam no meu olhar e focinho, quando me abrem a porta de casa. 

A aventura está a cada ramo de árvore que ao vento dança. Se calhar está lá um pássaro ou bicharoco que eu possa caçar.

Não, não tenho fome pois os meus tutores dão-me tudo. Porém, há cá dentro do peito algo que me inquieta e então mio.

Mio quando a porta está fechada e me dá aquela vontade de ir para o infinito do quintal lá fora. Não sei explicar muito bem porque sinto isso.

Gosto de ficar cá dentro de casa e abraçar as pernas dos meus tutores. Não os magoo. Desde cedo aprendi a tocar-lhes sem usar as minhas unhas. Minha tutora disse que é um dom que tenho. Por mais que estou no colo, as minhas patas delicadamente tocam sem magoar nos meus tutores que escolhi.
Mas a par desta paixão pelos meus tutores, sinto cá dentro uma vontade de me aventurar no mundo lá fora, nem que este mundo seja o quintal junto a casa.

E lá fora, respirar o ar, tentar perceber se o meu espaço foi invadido por algum gato estranho à minha casa.

Detesto isto de andarem estranhos pelo meu quintal. Se os vejo, rosno alto, com os olhos ferozes, atacando todos à minha volta, incluindo os gatos companheiros de casa, que por momentos desconheço.
Nem sei como explicar isso. Parece que nestes momentos de mistura de cheiros, desconheço todos, os da casa e os que não são.

E então demonstro o quanto sou territorial e dominadora. A gata terna e afável que recolhe as unhas para afagar os seus tutores, transforma-se numa "fera indomável" ou “pilha de nervos”, por assim dizer.
Ainda bem que a minha tutora me compreende e me defende nestas horas de confusão mental, talvez o termo certo seja uma "confusão de cheiros" à minha frente que me tira a paz.

Passadas estas tensões que mais parecem um "furacão dos sentidos", eis que volto a recolher-me no quentinho do quarto. Encosto-me ao Jordan ou à Bia, lambo-lhes ternamente e adormeço calmamente como se a fera dentro de mim ficasse lá fora.

Volto a ser a gatinha delicada e linda da minha tutora. Estou novamente em paz!”
(Diana Riscas - 06/12/2019)


"Este blogue não assume qualquer responsabilidade pelo seu conteúdo, pois é apenas uma partilha de vida, das histórias que vivo no dia a dia com os meus gatos. Não tenho qualquer intenção de dar conselhos, especialmente veterinários. Aliás, aconselho vivamente que sempre procure a ajuda de um veterinário se notar alguma alteração nos seus amigos felinos, e nunca desista de procurar esta ajuda especializada. Ainda tão pouco sabemos e a ciência está sempre em contínua mutação. A única coisa que nos resta é a nossa opção de vida!" (Rosária Grácio)


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