Neste blogue sempre partilhei um pouco da realidade que vivo
no dia a dia com os meus gatos.
Desde que a Bia começou a sentir um desconforto que se
revelou na mudança do seu comportamento, e isso já lá vai para além de seis meses,
começou uma verdadeira odisseia de ida a veterinários, mudança da dieta
alimentar, medicação para isto e aquilo, sem falar no que a alteração do comportamento
da Bia provocou nos seus outros dois companheiros felinos, Jordan e Diana
Riscas.
A Diana Riscas e o Jordan ficam confusos e não percebem
porque a Bia, por vezes, lhes lambe e gosta de estar perto deles, e outras
vezes, rosna-lhes.
Quando a Bia sente algum desconforto que só ela conhece, ela
quer ficar sozinha e longe dos outros gatos. Vai para um dos quartos da casa e isola-se. Nem
mesmo quer que a tocamos. Depois de uma botija de água quente, e estar parada
por um tempo, ela volta, devargarzinho, com medo que os outros lhe rosnem
também.
Precisei colocar o spray de catnip nos lugares onde eles
mais utilizam e estão juntos, para evitar confrontos entre eles.
Durante os últimos meses tenho acompanhado toda esta alteração e aos poucos perceber o que está a acontecer.
Os gatos não falam com nossa linguagem, mas eles falam através do seu comportamento.
Os gatos gostam de rotinas. Toda e qualquer alteração lhes
provocam stress, e por vezes, o agravamento dos seus problemas de saúde.
Quem tem gatos sabe que eles não gostam de sair de casa, e
mesmo a ida aos veterinários, nem que seja por doença, é muito stressante para
eles.
Da última vez que a Bia foi internada, ela deixou de comer,
e isso ia-lhe afetando os valores do fígado, pelo que voltou do internamento,
em situação muito instável.
Levar um gato ao veterinário não é simples, pois um gato
gosta do seu ambiente. Geralmente a Bia quando vai ao veterinário faz xixi na
caixa transportadora porque a Bia sente pavor de sair de casa.
Mas nestes últimos meses, ela foi a várias consultas, pois
precisava saber-se o porquê das suas queixas de vez em quando, e da sua alteração
do comportamento.
Foram feitas radiografias, ecografia, exames ao sangue e
urina, até mesmo despistou-se possíveis problemas da tiroide.
Ela ficou mais relaxada quando tomou o medicamento para as
dores, mas passado algum tempo, sinto que a Bia está a sentir novamente o que
inicialmente ela já se queixava.
Seja qual for o problema que a deixa ficar com desconforto, ainda
não está totalmente clarificado.
E percebo que diante dos vários exames sem resposta, que a
causa mais simples será o seu peso a mais e a pressão que a sua gordura faz nos
seus ossinhos.
Os dois veterinários que a viram nestes últimos seis meses
fizeram o seu melhor e tentaram de tudo. Por vezes, um problema é tão simples
que se torna complexo descobri-lo. Ou talvez o problema seja realmente difícil
e se confunda com tantos outros sintomas comuns que dão diagnósticos provavelmente acertados para a maioria dos casos que atingem os nossos amigos felinos.
Espero sinceramente que as queixas da Bia sejam provenientes
do seu peso a mais, pois de dia para dia, tem perdido peso. Claro que esta perda de peso tem de ser lenta, e sinceramente, o que desejo é que ela o faça, sem perder a sua saúde.
Efetivamente, a obesidade dos gatos é um grande problema para a saúde deles, quando não têm muito espaço para correrem e praticarem exercícios. Com o passar do tempo, a sua falta de atividade aliada a grande quantidade de comida sempre disponível poderá propiciar o seu aumento de peso.
Os gatos gordinhos são fofinhos, mas isso não é conveniente para uma vida saudável como felino.
O peso pode ser um factor decisivo neste processo de instabilidade que estou a presenciar com a Bia. Mas também pode estar a mascarar o real problema que ela tem.
Entretanto, irei partilhar estas certezas e incertezas
neste blogue. A página e o blogue da Bia chegam a muita gente, pessoas que já
têm gatos há vários anos, cuja experiência pode ser preciosa. Sei também que muitas outras pessoas que seguem este blogue e página do facebook têm também conhecimentos
veterinários, e quem sabe, já viram casos como o da Bia.
Não podemos desistir, sei disso por experiência própria.
Quando me disseram que a minha cegueira era progressiva, que
não era previsível quanto tempo ainda tinha de visão, fui a muitos médicos e a maioria deles deu a mesma sentença desanimadora.
Mas não desisti. Nem tudo o que nos move são remédios de
farmácia e diagnósticos acertados. É preciso mais! Temos de ter uma força de vontade que não
depende de expectativas exteriores, um querer que avança, apesar dos ventos
contrários e desanimadores.
Foi assim que escrevi o livro “Bia por um Triz”.
E por isso, digo todos os dias digo à Bia: - Hei de
descobrir o que te causa as dores!
Coloco-lhe uma botija com água quente, e
ela estica-se toda, e olha-me nos olhos, dando-me turrinhas, lambendo-me as
mãos, agradecendo-me…
Como disse um dia, o poeta Fernando Pessoa, - “Tudo vale a
pena quando a alma não é pequena!”
E quando se partilha a vida com um gato, eles ensinam-nos,
que na vida, quando se ama, a nossa alma nunca pode ser pequena pois amar
sempre vale a pena!
Se gostou deste artigo e para acompanhar os próximos artigos, convido-te a seguir este blogue e a página do livro "Bia por um triz" em
Para saber mais sobre o livro "Bia por um triz":
Veja esta apresentação do livro em
"A melhor forma de ajudar os animais é adotando-os."(Rosária Gácio)