(Continuação do artigo "Casa nova, mundo novo!")
Após o dia da mudança de casa, Bia, Jordan e Diana Riscas, aos
poucos, foram tendo contacto com os novos espaços e cheiros que no início
fizeram grande confusão nas suas cabecinhas felinas.
Passada a primeira noite, aos poucos, cada qual foi tendo a
sua curiosidade de ir para além dos seus esconderijos.
Também os peixinhos de água temperada mudaram-se no mesmo
dia e pareciam já estar bem ambientados.
E foi incrível como toda esta mudança de ares fez tão bem a
todos.
Claro que no início, havia um medo em seus olhinhos, por
detrás das portas, à espera dos sons que antes ouviam, tentando encontrar
também os cheiros que haviam na outra casa.
E por isso, para que esta mudança não os assustasse, na sala da nova casa, estendi vários cobertores que estavam na outra casa
para que aos poucos se ambientassem com os novos espaços, a partir dos cheiros
antigos.
Aliás, na nova casa, o espaço era muito maior e por
isso, as brigas entre eles já não eram muito frequentes. Onde estavam na antiga casa, o espaço
reduzido era propício às chamadas disputas territoriais.
Mas há que também haver um maior cuidado com as janelas e as
portas da nova casa, pois as fugas nesta altura
de mudanças podem acontecer.
Quando os gatos mudam de casa, podem querer voltar à antiga
casa, e por isso, tendem a embrenhar-se pelos cantos e caminhos, à procura dos
antigos cheiros que fizeram parte do seu lar por vários anos.
Durante estes primeiros dias, também cada qual procurou e
encontrou o seu refúgio diante do novo e do desconhecido que os circundavam.
A Bia esgueirou-se para o fundo do roupeiro e ficou ali atrás
da mala de roupa. Só saía para comer e beber durante o dia.
Jordan e Diana Riscas escondiam-se, ou no armário da cozinha, ou na caixa de papelão que falei nos artigos anteriores.
Ainda decorriam as obras na nova casa, e assim sendo, os ruídos das
máquinas e dos homens que trabalhavam nas obras, os assustavam muito durante o dia.
À noite, eles já interagiam mais. O Jordan e a Bia cheiravam
e procuravam perceber os novos cantos da casa. No entanto, a Diana deixou-se
estar mais na sua caixa de papelão.
Após a primeira semana, a Bia já olhava pela janela e
admirava-se com o que via lá fora.
O Jordan, por sua vez, já tentava interagir até com os
homens que estavam a trabalhar nas obras, e tinha de estar atenta para que ele
não aproveitasse a ocasião e fugisse por alguma porta ou janela.
Aos poucos percebi que cada um deles lidou com a mudança de
casa de uma forma única.
Cada gato tem a sua personalidade e mais uma vez, esta
experiência de mudança de casa provou que os gatos realmente são cada qual,
seres únicos e muito especiais.
O Jordan também gostava muito de explorar todos os cantos da
casa e ainda mais entusiasmado ficava quando alguma porta se abria. Por isso
comecei a deixar ele e a Diana Riscas numa sala, especialmente durante o dia,
por causa do ir e vir dos que estavam a trabalhar nas obras.
A Diana Riscas foi a que demonstrou mais nervosismo com a
nova casa, andando mais tensa com tudo o que ouvia. Parecia que sempre andava à procura da casa antiga. Preferia ficar no seu
caixote de papelão e para além disso, estava sempre ansiosa por ver algum canto
onde pudesse ir, como se estivesse à procura da casa antiga. Tive de ter imenso
cuidado com ela porque nos primeiros dias, a Diana subia as estantes e os móveis, e se
houvesse algum espaço no teto, penso que ela iria se meter lá como que à
procura de um caminho para a antiga casa.
Mas para além da janela havia um quintal e ainda mais novidades por descobrir.
Para além do conforto da casa, aos poucos eles foram percebendo que para além de uma casa nova, iriam ganhar a oportunidade de respirar novos ares para além das janelas e portas.
Quando os gatos começam a ter uma vida no exterior da casa dos seus tutores, existem maiores cuidados que devem se ter em conta.
No próximo artigo, continuarei a falar desta descoberta e redescoberta, para além dos limites do conforto de uma casa.
Até o próximo artigo e beijinhos da Bia!
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"A melhor forma de ajudar os animais é adotando-os."(Rosária Gácio)