Quando adotei a minha primeira gata, não tinha qualquer
ideia acerca do que era a personalidade dos gatos. Tudo o que sabia, baseava-se
no que os outros falavam e pela minha experiência familiar.
Na casa dos meus
pais só tivemos a oportunidade de ter cães. Tínhamos um quintal grande onde a
minha Pituca e o meu Pituco, os nossos cães, podiam correr livremente e sempre
atentos a todas as coisas que ali ocorriam. Qualquer dia desses, também dedico
um artigo a estes dois seres que Deus colocou nas nossas vidas.
Por agora, quero falar da minha primeira experiência com a
adoção de gatos.
A ideia que tinha dos gatos é que eles não se importavam com
os seus donos, antes queriam, era saltar de um lado para o outro, livres pelos
telhados das casas sem qualquer afeição à sua casa e aos seus donos.
Quando resolvi adotar um animal de estimação, meu marido
falou-me dos gatos.
No caso do meu marido Paulo, a sua infância e juventude foi
quase toda partilhada com gatos em sua casa.
Eu morava num apartamento e tinha horários de trabalho
imprevisíveis, e assim sendo, não poderia ter condições de cuidar de um cão. Sair à rua com ele,
mesmo às horas que pudesse, seria complicado porque também estudava à noite.
Então fui a uma loja que vendia coisas para animais e
encontrei lá alguns gatinhos para adoção. Nesse dia fiquei ainda com dúvidas,
pois não tinha comprado comida e nem sabia o que era necessário. Os gatinhos
eram ainda muito novinhos, talvez nem tivessem dois meses…
Mas até hoje lembro-me, que logo de imediato, fiquei
apaixonada por um deles. Era uma gata com pelo preto em quase todo o seu corpo,
tendo as patas brancas e uma espécie de babete branca em baixo do seu focinho…
Por causa das patas serem brancas dei-lhe o nome de Pantufa.
Como disse, lá estavam vários gatinhos mas parece-me que o
olhar daquela ficou-me na memória. Desde que a vi, fiquei muito enternecida com
ela.
Passaram-se alguns dias pois ainda estava com muitas
dúvidas. Tentei esquecer da ideia, mas aquela gatinha preta com o seu olhar
vinha-me sempre à mente.
Então, enchi-me de coragem e lá voltei. Meu coração batia
depressa pois toda aquela experiência era única e não fazia a mínima ideia se iria
dar certo.
Quando cheguei à loja de animais, o senhor que lá estava disse-me
que apenas tinha restado um gatinho.
Fiquei com o coração aos pulos e fui a correr para ver, se esse que restava, era aquela gatinha que me tinha ficado no pensamento…
Fiquei com o coração aos pulos e fui a correr para ver, se esse que restava, era aquela gatinha que me tinha ficado no pensamento…
E para grande surpresa, lá estava ela a olhar para mim,
quase que à minha espera… Não consigo descrever este momento sem me comover…
Penso que as nossas vidas estavam entrelaçadas e a minha
Pantufa aguardou por mim. Existem coisas nesta vida que é difícil explicar e
esta é uma delas.
Todos os outros gatos tinham sido adotados e só restava, a
minha querida Pantufa.
Ela era tão pequenina que a coloquei na minha mão, e segurei-a
com muito cuidado para que ela não me fugisse, enquanto não chegasse em casa. O senhor
da loja avisou-me que ainda tinha de lhe dar o leite apropriado aos gatos, pois ainda era
muito jovem. Deu-me também algumas dicas da alimentação que deveria ser para
gatos jovens.
Lembro-me que o meu coração estava mais calmo mas muito
ansioso por chegar a casa. Tinha muito medo de a deixar fugir das minhas mãos.
(continua no próximo artigo)
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