Sim, cada gato é um gato! Parece uma redundância absurda.
Mas o que aprendi e tenho aprendido na convivência com os meus gatos é que
quando adotamos um gato, não conhecemos a personalidade de todos os gatos, pois
cada qual tem a sua personalidade.
Desde a minha primeira gata, a Pantufa, aprendi que os gatos
se mostram autênticos, cada qual com a sua personalidade e forma de ser e
conviver comigo. Até agora, não encontrei um gato que fosse igual ao outro.
Muitos pensam que os gatos são todos iguais e isso é um dos
mitos que procuro tirar com o meu livro “Bia por um triz”. Quem já leu o livro,
vai perceber que ao longo da história, a Bia conhece outros gatos, e cada qual
vai se apresentar com características próprias.
Quando adotamos um gato, temos de ter em conta que adotamos
um ser “dotado de sensibilidade”, como bem já diz a lei (Lei n.º 8/2017 de 3 de
março), porém bem sabemos que uma lei não conscientiza de imediato, apenas
penaliza e inibe comportamentos a curto prazo.
A conscientização de uma lei acontece, com o decorrer do
tempo, de geração em geração, à medida que os mitos errados forem caindo, e a
par disso, a ciência ir desenvolvendo maiores conhecimentos acerca dos felinos,
explicando racionalmente alguns dos seus comportamentos.
Cada gato é um gato, exatamente porque cada qual reagirá de
uma maneira muito própria diante de uma mudança de ambiente, uma doença que lhe
cause incômodo ou dor ou em resposta a uma violência externa que ele assim
considere.
Ler as entrelinhas de um gato que vem ter contigo precisa
ater-se a toda a sua história antes e depois de o conhecer.
Até mesmo no que se refere a comida, o Jordan gosta de um
pouco de atum de vez em quando, enquanto que a Bia gosta é de comida seca.
Quando querem miminhos, a Bia fica de barriga para cima a
olhar-me fixamente, enquanto que a Diana Riscas vem miando sem parar, a balançar
o rabo nas minhas pernas.
Quando veem dormir, o Jordan gosta de estar nos meus pés,
enquanto que a Bia gosta de dormir agarrada à minha mão.
Nas brincadeiras, o Jordan gosta de brincar com um ratinho, enquanto que a Diana gosta de andar atrás das bolas ou das cascas de castanhas
que lhe atiro.
Esses são alguns dos exemplos que dou do quanto os gatos são
diferentes, em personalidade e gostos, conforme cada um.
Mesmo em questão de mimos, a minha Pantufa não era muito
dada a receber carinhos, gostando apenas de ficar a dar turrinhas de vez em
quando.
A Bia, por sua vez, deixa-se estar sempre ali à espera de
atenção e mimos.
À medida que os vamos conhecendo, até mesmo quando estão
doentes, cada qual manifesta ou mesmo esconde a sua fragilidade de saúde.
Quando os gatos alteram o seu comportamento é um dos sinais
que algo está mal. Comer demais ou comer menos, beber muita água ou pouca,
vomitar depois de comer, ficar agressivo para com os demais companheiros de um
momento para o outro, são alguns dos sinais que podem demonstrar que algo não
vai bem com o seu gato.
Depois, há que ver mais um pormenor ou outro que falta aqui
ou ali que só quem está no dia a dia com o seu gato em casa é que percebe a
diferença.
Para além de tudo que aqui referi, os gatos ainda têm uma espécie de bônus em sua personalidade, que
é a sua forma única de demonstrar o afeto para connosco.
A Bia gosta de dar turrinhas e encostar-se no máximo que
pode a nós, enquanto que a Diana Riscas lambe-me a cara e o cabelo de contentamento
quando me quer agradecer.
Existe um mito que dizemos dos gatos que eles se importam
mais com a casa do que com os seus donos. Daquilo que vivi e vivo ao lado dos
meus gatos, este é mais um daqueles mitos que são apenas mitos, pois um gato sente necessidade da companhia e da interação com os seus donos.
Num dos meus últimos artigos partilhei a história da minha Diana
Riscas que ficou com tantas saudades minhas por ter ido de férias que deixou de
comer.
Isto é mais um exemplo concreto do quanto eles poderão
demonstrar, e das formas mais diversas, as suas emoções.
E por isso, no próximo artigo falarei de um outro assunto
relacionado com outro mito dos gatos, pois há quem diga que o gato gosta é de
andar na rua pois eles não gostam de estar fechados em casa, especialmente
se for um apartamento.
(continua no próximo artigo)
Para saber mais sobre o livro "Bia por um triz":
Veja o Filme de lançamento do livro em
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