sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Aprendendo com os gatos: Pantufa e da Lady – A diferença nos une ainda mais!





Será que gatos com temperamentos diferentes poderão se dar bem na mesma casa? 

Partilho convosco um vídeo que dedico às minhas duas primeiras gatas, já estrelinhas no céu mas que me ensinaram que as diferenças, por vezes, é o que mais nos une!!!!

Apesar da Pantufa ser a mais velha, fisicamente mais corpulenta e com personalidade forte, a Lady tinha um costume muito peculiar de ir marchar para cima da barriga da Pantufa.

No início a Pantufa se chateava um pouco, por vezes bufava-lhe, mas depois lá acabava por dormir e assim passavam horas nesta posição.

Até hoje não tenho qualquer explicação definitiva para o que
a Lady fazia com a Pantufa.

Contudo, ao ver estas duas gatas tão diferentes em personalidade a conviveram na mesma casa aprendi que o amor e o respeito pelo espaço do outro é o que realmente possibilita a paz.

A paz não é feita por palavras, mas sim por gestos de proximidade, respeito pelas diferenças, construindo-se, dia após dia, pontes de amizade por meio do diálogo.

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Fotos e filmes protagonizados por Lady e Pantufa



sábado, 18 de novembro de 2017

Aprendendo com os gatos - Amar é cuidar do outro!




No artigo anterior partilhei um pouco do que foi a convivência dos meus gatos uns com os outros. No entanto, isto da convivência de cada gato para com os demais, tem várias histórias porque cada gato é um gato, e cada qual tem a sua forma de lidar com esta convivência com os demais.

Vou começar por falar da Lady, a segunda gata que adotei.



Quem já leu os artigos anteriores, já sabe que esta gata foi a que veio dar companhia à minha primeira gata, a Pantufa.

Nessa sua ligação de amizade que durou cerca de dez anos, a Lady, quando estava ao lado da Pantufa, tinha o costume de fazer algo que sempre me chamou a atenção.


Apesar da Pantufa ser a mais velha, a Lady tinha um costume muito peculiar de ir marchar para cima da barriga da Pantufa.

No início a Pantufa se chateava um pouco, por vezes bufava-lhe, mas depois lá acabava por dormir e assim passavam horas nesta posição.


Até hoje não tenho uma explicação definitiva para o que a Lady fazia com a Pantufa. Já adotei outros gatos, porém, nenhum outro vi fazer isso como ela fazia.

Quando a Pantufa faleceu, a Lady começou a fazer esse mesmo gesto também comigo. 

Quando estava deitada na cama, a Lady vinha devagar, chegava-se perto de mim, e lá ia ela para cima da minha barriga, deixando-se assim ficar quase toda a noite. O mais interessante é que ela ficava de frente para mim, olhando-me fixamente como que atenta a tudo o que se passava à minha volta.

Aos poucos a Lady começou a fazer isso também mais vezes e em outras horas do dia.

Quando estava a escrever no computador, a Lady ia para cima do meu ombro ou costas, e deixava-se estar assim por muito tempo.


Quando a Bia veio para casa, também a Lady deitava sobre ela da mesma maneira.


E com os outros gatos que foram chegando, a Lady partilhava com cada qual, um cuidado especial, dando-se bem com todos.


O que significava esse gesto para a Lady?

Já me disseram que isso era uma espécie de demonstração de proteção maternal da Lady. Apesar da Pantufa ser mais velha que a Lady, no mundo dos gatos, será que a idade é realmente importante?

Quando a Lady chegou na minha casa, ela era ainda muito novinha, com apenas alguns meses. A Pantufa já era adulta e sempre foi mais corpulenta que a Lady. O mais certo seria a Pantufa adotar a Lady como filha, mas os gatos sempre me surpreendem, e por isso não me admiraria nada se fosse a Lady quem na verdade adotou a Pantufa e cuidava dela.


Também já me disseram que a Lady fazia isso porque considerava a Pantufa como mãe dela, e depois associou-me como a sua mãe após a morte da Pantufa.

Outra hipótese é que os gatos têm um certo dom de cura. Por incrível que pareça, a Pantufa morreu com uma insuficiência renal crónica, e eu, nessa altura em que a Lady se punha ao meu ombro, estava a passar por um cancro na tiroide.

Coincidência ou não, penso que ainda temos tanto que aprender com os animais, especialmente com os gatos.


Talvez, se tentássemos partilhar mais do nosso tempo com eles, pudéssemos perceber que por vezes, pequenos gestos nesta vida podem significar bem mais que muitas palavras.

A Lady ensinou-me que o afeto e a demonstração de amor pelos outros são feitos de gestos simples, da partilha de tempo e da atenção para com o outro que amamos. 

Não importa se temos pouco ou muito tempo de vida, o importante é que aproveitemos cada momento para amar e estar com quem amamos.

Então, neste dia, aproveita este momento e abraça quem mais amas!

Até o próximo artigo e beijinhos da Bia.


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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Os gatos e os mitos – Parte IV: Os gatos não gostam de ter companhia?



Muitos dizem que os gatos não gostam da companhia de outros gatos. Mas será que é assim?

Aqui vou partilhar um pouco da minha experiência de vida com os meus gatos.

Vou começar com a Pantufa que foi a minha primeira gata. Quando ela veio para a minha casa, não haviam outros animais para além dela.


O tempo foi passando e como ficava muito tempo fora de casa, pois trabalhava durante o dia e estudava à noite, resolvi adotar outra gata, ainda pequenina: a Lady. 


Ah, quando viu a Lady, a Pantufa ficou furiosa, e até tentou me atacar, rosnando e bufando para a pequena Lady.

Como já partilhei em um artigo anterior, após deixar as duas sozinhas, eis que passados alguns dias, encontro-as unidas e felizes uma ao lado da outra, o que ao longo do tempo se manteve.


Apesar da aceitação, havia sempre algo que interrompia toda essa serenidade entre a Lady e a Pantufa. 

Quando tinha de levar a Lady ou a Pantufa ao veterinário, a Pantufa bufava à Lady, sempre que uma delas chegava a casa. 

Mesmo que as levasse juntas para a veterinária, a Pantufa ficava sempre estranha à Lady nos dias seguintes, até normalizar e voltarem a estar perto uma da outra.


Segundo soube, isto devia-se ao facto da alteração dos cheiros trazidos da rua e da clínica veterimária confundirem a Pantufa e ela acabar por, de certa forma, “desconhecer a Lady”, por causa dessas alterações.

Estas alterações de comportamento, após as idas ao veterinário, deixaram de existir com os gatos que posteriormente adotei. A Lady e os demais quando voltam do veterinário após um bufos e miados, voltam a conviver uns com os outros passados uns minutos.

No mais, a Bia e a Lady deram-se sempre muito bem. As duas viviam sempre juntas, ligadas uma à outra como se conhecessem há muito tempo. Quando a Bia veio para casa, já era adulta e se readaptou muito bem à nova casa e à Lady, que já lá estava.


O Jordan é igualmente dado a estar e a conviver com outros gatos. Por vezes, ele gosta de querer mandar nos outros mas aos poucos vai percebendo que deve respeitar o espaço dos outros gatos.



A Diana Riscas, é a mais interativa com os outros gatos, apesar de ser a que é mais ciumenta, gostando de ter a atenção dos seus tutores só para ela.


O que mais me admira na Diana Riscas é que ela realmente não tem qualquer receio de ocupar o seu lugar, impondo-se mesmo que seja diante de gatos mais velhos que ela.

O que aprendi desta convivência com estes cinco gatos tão diferentes uns dos outros é que cada gato tem a sua forma de interação com outros gatos. Uns dedicam-se mais que os outros.

No caso da Bia e da Lady, até hoje, a Bia ainda não conseguiu interagir com os outros gatos da mesma forma como interagia com a Lady. 


Aliás, por vezes, ouço a Bia a chamar pela Lady junto à cadeira onde as duas costumavam dormir juntas. 

Desde que a Lady faleceu, a Bia mantém certa distancia dos demais gatos, sentindo nela uma expectativa de espera pela Lady que infelizmente nunca voltará.


Para mim, a Lady foi a gata que mais gostava da companhia de outros gatos. Após aturar os amuos da Pantufa durante mais de dez anos, foi capaz de aceitar com muita rapidez a companhia de outros gatos, tornando-se ao mesmo tempo, por assim dizer,  a “mãe” de todos eles. 


Digo isso, porque enquanto a Lady ainda viveu na companhia da Bia, Jordan e Diana Riscas, todos viviam com muita harmonia. 


Após o falecimento da Lady, ainda sinto uma espécie de amuos entre eles no que se refere aos espaços e atenções que cada um recebe dos seus tutores. No entanto, na maioria das vezes, estão a dormir e a interagir uns com os outros como se vivessem juntos desde que nasceram.

Apesar de tudo, podem haver gatos que realmente não gostam de companhia de outros na mesma casa, pois assim era uma das gatas que o meu marido teve, quando ele ainda era criança. Esta sua gata rejeitou todos os gatos que ali foram colocados, incluindo os seus próprios filhotes depois de ficarem mais crescidos.

E isso nada tem a haver com a questão de raça.

Cada gato é um gato, com sua personalidade e forma de viver. Cada tutor tem de conhecer o seu gato e aceitar os seus limites. Na verdade, quando um gato se dedica inteiramente aos seus tutores pode achar que não é possível dividir o seu afeto com outros gatos.

O que é importante reter, é que se alguém deseja ter mais que um gato, deve tentar ao máximo dar a atenção devida a cada um.


Não adianta adotarmos muitos animais se não lhes podemos dar o afeto ou atenção que merecem e precisam.


A companhia de outros animais pode tirar um pouco a solidão a um gato, mas eu aprendi que um gato gosta sempre da companhia do seu tutor, e esta companhia nunca será substituída pela companhia de outros animais.


O gato é um ser que se dedica ao ser humano de uma forma muito única e especial, e só há medida que convivemos com eles é que percebemos a importância que eles nos dão.


Até o próximo artigo com muitos beijinhos da Bia!!!!




(Continuação do artigo anterior que pode ler em

 Os gatos e os mitos – Parte III: Quantas vidas tem um gato?)


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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

A opinião de Marta Rodrigues que leu o livro "Bia por um Triz"

Foto retirada do Blogue "Universo da Marta" - Todos os direitos reservados



No  seu Blogue "Universo da Marta", Marta Rodrigues dedicou um artigo ao livro "Bia por um Triz" !

Convido a todos a lerem este artigo, para conhecerem um pouco do que a história "Bia por um Triz" deseja dar a conhecer da vida dos gatos de rua e da sua adoção.

Segue abaixo o link do blogue, que convido a todos a conhecer e a seguir, bem como a sua página do facebook...


Este blogue tem vários artigos sobre livros, e outros assuntos do dia a dia, como os ligados à moda e outras novidades que podem ser úteis para estarmos sempre atualizados!


(A foto foi retirada do Blogue "Universo da Marta" - Todos os direitos reservados)

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Os gatos e os mitos – Parte III: Quantas vidas tem um gato?





Os gatos e os mitos – Parte III: Quantas vidas tem um gato?

Continuação do artigo anterior que pode ler em


Desde criança ouço dizer que os gatos têm sete vidas. 

E infelizmente, ainda hoje, há quem pense que o gato resiste a tudo e até aguenta cair ou se magoar, pois afinal eles têm as tais sete vidas!!!!

Mas será que é assim? Claro que não!!! Isto é mais um daqueles mitos que aos poucos eu fui desmitificando, à medida que fui adotando os meus gatos ao longo do tempo.

Posso dizer que os gatos geralmente querem se fazer de fortes e por vezes, por causa disso, acabam por camuflar as suas doenças. 

Assim sendo, os seus tutores devem estar atentos às suas alterações de comportamento.

A minha primeira gata, a Pantufa é um bom exemplo disso. 

Uma gata que se manteve estável ao longo dos anos, alimentando-se bem e sem qualquer sinal que indicasse que estava doente. No entanto, passados dez anos a conviver comigo, começou a fazer xixi fora da caixa da areia. Como se alimentava bem, os veterinários que a observaram, diziam que ela estava com um problema comportamental. No entanto, quando a levei novamente à veterinária e feitos alguns exames, detetou-se que os seus rins estavam a falhar, acabando por falecer em alguns dias.

A Bia, também me deu um susto há algumas semanas quando começou a bufar aos outros gatos da casa. 

Nas conversas que fui tendo com a sua veterinária, aos poucos descobriu-se que ela afinal estava com os seus Sacos Anais cheios e que devia ser levada à clínica para os mesmos serem espremidos.

Mas, afinal o que são os sacos anais?

Os Sacos Anais são pequenas glândulas localizadas em cada lado do ânus que produzem um fluído acastanhado, com odor desagradável. Quando os gatos estavam em seu estado selvagem, esta secreção era libertada para marcar o seu território ou para defender-se de outros animais que fossem seus predadores. Geralmente os gatos libertavam esse líquido junto às suas fezes ou quando tinham algum susto ou ameaça.

Como os gatos domésticos têm uma vida calma e sem esses sustos que derivam dos perigos que colocavam em causa a sua sobrevivência, alguns deles vão retendo o tal líquido nos Sacos Anais. Por causa disso, o fluído acumula-se e pode solidificar-se, levando a que com o passar do tempo, as bactérias desenvolvam-se, causando, por vezes, infeções, abcessos e complicações de saúde que podem em alguns casos, colocar em risco a sua vida.

A Bia foi à veterinária, e após serem espremidos os seus sacos anais, está mais estável. No entanto, ainda vai tendo muita dificuldade em aceitar que os seus companheiros de casa se aproximem do seu rabo.

Tenho aprendido que os gatos quando sentem desconforto ou dor, têm tendência a refugiar-se, preferindo estar sozinhos, tornando-se agressivos, o que por vezes pode fazer com que as pessoas julguem que eles se
tonaram maus.

No entanto, a dor física que sentem é tão forte e como não conseguem dizer-nos, acabam por os fazer refugiar-se no seu cantinho mais seguro.

Se o seu gato muda o seu comportamento, de um momento para o outro, é um aviso que algo não está bem e este, por vezes, pode fazer a diferença na salvação da vida do seu gato.

Partilho agora este pequeno vídeo da Bia, muito mais calma e mais próxima aos seus companheiros de casa.

E por falar em companhia de outros gatos, um dos mitos que
ainda se coloca nestes felinos é que eles não gostam de partilhar a sua casa com outros animais. No próximo artigo irei dar-vos mais um testemunho do que tem sido o convívio dos meus gatos uns com os outros, ao longo dos últimos anos.


Até o próximo artigo com muitos beijinhos da Bia!!!!


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(Rosária Grácio)

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Antologia de Poesia "Entre o Sono e o Sonho", Volume 8, 2017



Rosária Grácio, a autora do livro "Bia por um triz" teve um dos seus poemas seleccionado para fazer parte da Antologia de Poesia "Entre o Sono e o Sonho" - Volume 8- 2017 da Chiado Editora.

Esta Antologia de Poesia foi apresentada no dia 30 de setembro de 2017 no Teatro Tivoli BBVA em Lisboa. 

O poema de Rosária Grácio tem o título de "Nas ruas virtuais da solidão…"  onde a autora colocou um pouco do que é o sonho em mãos que avançam ou que se deixam parar pelo sono. Este poema foi escrito por Rosária Grácio há cerca de dois anos, quando se deparava com esta luta diária na readaptação à sua deficiência visual progressiva.


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Os gatos e os mitos – Parte II: Será que os gatos não gostam de estar em casa?



(Continuação do artigo anterior que pode ler em

Desde criança estava acostumada a ver os gatos livres na rua. Aliás, a conta disso, até achava “normal” ver os gatos pelos telhados e ruas a correr de um lado para o outro. Um dos mitos que muito falamos dos gatos, é deles gostarem de liberdade e que não se dão em apartamentos ou casas sem acesso à rua.

Uma das gatas do meu marido era realmente dada a andar muito pelos telhados… Isso foi há cerca de mais de vinte anos, nos tempos em que a chamada comida seca ainda era pouco acessível a quem tinha animais de estimação. Quase sempre, quando a gata saía, era à procura de caçar algum bacalhau demolhado que estava à janela de algum vizinho menos atento.

Porém, o tempo passou e apesar de atualmente, haver uma maior proteção legal para os animais, ainda se vêem gatos de um lado para o outro, errantes a viver na rua. Por vezes, até me dizem ter um dono porém há sempre quem os desculpe -“andam por aí, os gatos são assim!”

Mas será que os gatos são assim? Aqui partilho mais uma vez a minha experiência com os meus gatos em casa. Meu apartamento não tem quintal, porém tenho grandes janelas que dão uma vista esplêndida para o céu azul, apesar dos prédios que o tentam tapar.


Quando adotei a minha primeira gata, a Pantufa, a minha maior preocupação, era que algum dia ela me fugisse e saísse de casa quando a porta da rua se abrisse. No início, pensava que a Pantufa ficaria ansiosa por ir à rua e aproveitasse qualquer oportunidade para fugir, pelo que tinha imenso cuidado ao entrar e sair de casa. No entanto, a partir do momento em que a Pantufa entrou na minha casa, ainda pequenina, nunca se aproximou da porta de saída. Aliás, se há uma parte da casa que ela raramente ia, era o corredor que dá acesso à porta de saída para a rua.  Mal esta porta se abria, a Pantufa fugia para um canto escondido da casa. Só com o passar dos anos é que a Pantufa percebeu que esta casa era sua, e que ela dali não saía, pelo que a porta ao abrir, já não a fazia fugir, porém mantinha-se reservada a um canto distante. Se viessem estranhos, ela fugia e se escondia o mais rápido possível.

Por essa altura, tinha também grande medo de ter as janelas abertas e só depois que coloquei uma rede em cada uma, é que fiquei tranquila com os meus gatos à janela. E, além disso, ter as janelas abertas proporciona aos gatos, a meu ver, uma perspectiva de visão melhor com cheiros e sensações que eles apreciam muito. 


O Jordan, é o gato mais dado a querer sair um pouquinho nem que seja até ao andar de cima. Ele, por vezes, desata a correr, outras vezes anda um pouco a cheirar aqui e ali e vai pelas escadas acima e depois deixa-se ficar à porta da vizinha do andar de cima até ser agarrado por mim para traze-lo para casa. Parece um bebé ao meu colo, como que a gostar deste gesto que lhe faço. 

Quando vinham entregar compras a casa, tinha de ter mais cautela, pois ele esgueirava-se pela porta fora sem notarmos, e quando o víamos, já estava no andar de cima.

Então, resolvemos, nestas situações em que a porta ficava mais tempo aberta, optar por prende-lo na casa de banho para evitar estes percalços. Claro que mal, a porta da rua era fechada, logo libertávamos o Jordan. E aos poucos ele foi aprendendo. 

Os gatos são inteligentes e o Jordan percebeu que assim preso na casa de banho ficava sem ver as novidades que vinham pela casa dentro. Então, eis que da última vez que vieram entregar as compras, o Jordan aprendeu a esperar e agora fica encima do sofá a ver tudo o que se passa mas já não tenta sair como antes. Porém ainda hoje, enquanto o meu marido saía para trabalhar, aproveitou-se e foi pelo corredor afora. Deixou-se estar no andar de cima à espera. 

Não sei muito bem porque ele gosta de fazer esse trajeto. Já lhe tentei por uma trela para passearmos um pouco pelas escadas mas ele não ficou muito contente com a trela, acabando por a tirar.


Ainda esta semana, quando vieram-me entregar legumes à porta, pus-me a falar um pouco com a senhora que me veio entregar o cabaz de produtos biológicos.  A dado momento, fiquei preocupada, mas eis que olho para trás e lá estavam o Jordan e a Diana Riscas à espera, acompanhando tudo muito pacientemente.


Por falar na Diana Riscas, esta nunca gostou muito da porta. No início, só de ver a porta a abrir, fugia. Agora mantém-se atenta do lado de dentro a ver tudo com atenção, e nada lhe escapa, seja quem entra ou quem sai.

A personalidade da Diana Riscas tem me surpreendido muito. Apesar do seu jeito independente, parece-me muito dependente da minha atenção e afeto. Ela desafia-me todos os dias para um momento de brincadeira, atirando-lhe bolas para que ela as agarre, e por vezes as traz para eu jogar novamente.

A meu ver, a Diana vai à porta porque é muito curiosa e quer saber tudo o que passa na casa e comigo. Digo comigo, porque quando o meu marido vai à porta, ela não o segue nem fica ali perto, da mesma maneira que faz quando sou eu que abro a porta.

O jordan é um verdadeiro cavalheiro e por isso, a meu ver, ele só vai à porta para certificar-se que tudo fica bem e que não entra nada estranho. Mas, mesmo que venha alguém estranho, ele aproxima-se para cheirar, igual como fazem os cães, e depois fica um pouco a ver como tudo decorre. Apesar dessa aparente aproximação, já houve quem o tentasse agarrar, mas ele não deixou porque desconhecia aquela pessoa.


A meu ver, o Jordan quer mesmo é fazer a sua certificação do espaço, e por isso, ele quer conhecer o cheiro de todos os que entram e de tudo aquilo que é trazido para casa.

Quando trazemos compras, eles vão logo bisbilhotar os sacos, e por vezes, até se metem dentro deles, à medida que são esvaziados.

A Bia é a gata mais receosa e ela geralmente é a última a aparecer diante de pessoas estranhas à casa. Nunca manifestou qualquer interesse por estar perto de desconhecidos  enquanto a porta da rua se mantém aberta.


Por vezes, o Jordan desata a correr pela casa. Ele faz isso especialmente após uma brincadeira com a Diana Riscas ou comigo. Certamente se eu tivesse um quintal, ele correria de um lado para o outro. Talvez fosse o primeiro a se aventurar em novos espaços, mas isso, talvez decorra do facto dele ter sido abandonado, durante algum tempo, num parque de merendas. 

A Diana Riscas foi salva, ainda em bebé, e por isso não gosta da rua e detesta ter que sair quando vai à sua veterinária.

A Bia, igualmente tem grande medo da rua e quando vai à sua veterinária, é sempre uma sinfonia de miados de aflição. Há pouco tempo tivemos de a levar, e até dava dó vê-la tão angustiada. Houve uma altura em que ela fez xixi na transportadora com medo da rua. Penso que o medo dela vem mais do seu receio de ser abandonada novamente na rua.

Por quê a Bia foi à sua veterinária? 


Infelizmente, os gatos quando têm uma vida mais calma, protegidos em casa e sem sujeição a perigos, podem ficar com um pequeno probleminha, que se não for descoberto a tempo, pode complicar a sua saúde e por vezes, até podem ter risco de morte. 

Mas isso, mais em pormenor falarei no próximo artigo, pois há quem diga que os gatos têm sete vidas... Este é mais um mito ou muito conhecido ditado popular, que ainda existe hoje em dia, acerca dos gatos que precisa ser desmitificado...

(continuação no próximo artigo)




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